O amor de Quentin Tarantino pelo gênero faroeste é evidente em sua filmografia. Sejam os diálogos afiados, os duelos tensos ou a trilha sonora inspirada, suas produções carregam o DNA dos westerns, especialmente os Spaghetti Westerns, populares nos anos 1960.
Filmes como Django Livre (2012) e Os Oito Odiados (2015) são homenagens diretas ao gênero, mas referências ao faroeste já estavam presentes em obras anteriores como Kill Bill e Bastardos Inglórios. No entanto, quando se trata de influência, Tarantino demonstra preferência por um tipo específico de faroeste: os Spaghetti Westerns.
A influência dos Spaghetti Westerns

Diferente dos faroestes americanos clássicos, os Spaghetti Westerns eram mais violentos, cínicos e estilizados, muitas vezes filmados na Europa, principalmente na Itália e na Espanha. Alguns eram produções de baixo orçamento, enquanto outros, como os filmes de Sergio Leone, se tornaram obras-primas cinematográficas. Tarantino frequentemente elogia diretores como Sergio Corbucci, Sergio Sollima e, claro, Sergio Leone, responsável pela icônica trilogia dos dólares.
Nas trilhas sonoras de seus filmes, o cineasta também presta homenagem ao gênero. Compositores como Ennio Morricone, Luis Bacalov e Gianni Ferrio figuram em suas seleções musicais, adicionando ainda mais autenticidade ao tom western de suas produções.
Bem, eu nunca gostei de Falcão Negro [Rastros de Ódio]. Sempre achei bem banal, tirando o personagem Ethan Edwards. Sempre adorei a atuação de John Wayne, mas nunca me interessei pelo filme em si. É o tipo de faroeste dos anos 50 que eu não gosto.
Essa opinião que o cineasta apresentou ao Deadline, coloca em oposição a grandes cineastas, como Scorsese, que considera Rastros de Ódio um dos filmes mais influentes da história do cinema. Spielberg chegou a dizer que assiste ao filme antes de começar qualquer novo projeto.
Por que Tarantino rejeita esse clássico? Ele prefere faroestes mais crus e viscerais, enquanto Rastros de Ódio tem uma abordagem mais épica e contemplativa. Além disso, a moral ambígua do filme e sua representação dos povos indígenas podem ser vistas como problemáticas para um cineasta que gosta de subverter expectativas.
O faroeste que Tarantino realmente admira
Se há algo que define Quentin Tarantino, é sua paixão pelo lado mais sujo e estilizado do faroeste. Ele rejeita a grandiosidade idealizada dos clássicos americanos e abraça a violência, o cinismo e o estilo operístico dos Spaghetti Westerns.

Caso você quer entender o faroeste segundo Tarantino, esqueça John Ford e John Wayne. Em vez disso, assista a Sergio Leone, Sergio Corbucci e os westerns italianos que redefiniram o gênero – porque, para ele, o verdadeiro faroeste tem sangue, poeira e trilhas sonoras inesquecíveis.
*Conteúdo Global AdoroCinema.