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    A ficção científica que Stanley Kubrick não se atreveu a fazer e entregou a Steven Spielberg: “Está mais próximo da sua sensibilidade do que da minha”
    Rafael Felizardo
    Rafael Felizardo
    -Redator | Crítico
    Sonhador desde pequeno e apaixonado por cinema de A a Z, encontrou em David Lynch um modo de sonhar acordado.

    Uma joia dividida entre dois dos maiores diretores da sétima arte.

    Steven Spielberg sempre manteve uma relação especial com Stanley Kubrick, apesar de possuírem estilos e propostas bastante diferentes. Enquanto o último é conhecido por ser mais analítico em suas narrativas, o primeiro está quase sempre ligado à sensibilidade; duas faces de uma mesma moeda cinematográfica que, no entanto, se admiravam.

    Para quem não sabe, no passado, Kubrick queria fazer um filme de ficção científica sobre uma cidade futurista, com crianças robôs e o avanço da inteligência artificial. Em 1985, o cineasta pediu conselhos a Spielberg, desejando levar para o cinema um conto de fadas com toque moderno - com Pinóquio como principal referência. O diretor de Laranja Mecânica até tinha um rascunho de 90 páginas do roteiro, mas não conseguia descobrir a melhor forma de representá-lo nas grandes telas.

    Além disso, as limitações da época dificultavam a realização de A.I. - Inteligência Artificial. Kubrick até experimentou construir um menino mecânico de verdade para estrelar o longa-metragem, mas foi um desastre completo. Talvez por isso, em 1994, ele conversou novamente com Spielberg, desta vez, para entregá-lo o projeto.

    A.I. - Inteligência Artificial
    A.I. - Inteligência Artificial
    Data de lançamento 7 de setembro de 2001 | 2h 20min
    Criador(es): Steven Spielberg
    Com Erik Bauersfeld, Haley Joel Osment, Jude Law
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    4,4

    O FILME PELAS MÃOS DE SPIELBERG

    DreamWorks Pictures

    Durante uma conferência de imprensa realizada em Seattle, em 2002, Spielberg compartilhou com os jornalistas presentes alguns detalhes sobre os bastidores de A.I. - Inteligência Artificial, mostrando que reputações, às vezes, podem ser traiçoeiras. Se de início pensa-se que o cineasta foi responsável pelas partes mais acolhedoras da trama, um choque de realidade mostra que as coisas não foram bem assim.

    "Oitenta por cento dos críticos confundiram tudo. Mas eu pude entender o motivo. Porque, obviamente, fiz muitos filmes em que as pessoas choraram e foram sentimentais. E fui acusado de sentimentalizar [A.I. - Inteligência Artificial]. Mas, na verdade, foi Stanley quem fez as partes mais legais da A.I., não eu. Sou o cara que fez o centro sombrio do filme, com a Flesh Fair e tudo mais. É por isso que ele queria que eu fizesse o filme em primeiro lugar. Ele disse: 'Isso está muito mais próximo da sua sensibilidade do que da minha’”, revelou Steven.

    Assim, Spielberg acabou levando a obra para uma área mais sombria, agridoce e complexa, culminando no clássico amamos. Com grande elenco (Erik Bauersfeld, Haley Joel Osment, Jude Law, Brendan Gleeson), A.I. Artificial Intelligence (no original) é considerado um dos maiores títulos do cinema, símbolo da união de dois gênios apaixonados pela sétima arte.

    Um ótimo filme de ficção científica que todos esquecemos, mas vale a pena revisitar: 3 cenas são puro terror

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