Tenho 55 anos de idade, quando o filme foi lançado, eu tinha apenas 14 anos de idade! Pobre, era um luxo assistir lançamentos no cinema na época, por isso só fui assistir agora em 2020 (ontem, 05/01/20). Ouvia muito falar do filme pela TV e pelos sucessos da música na época e imitadores de Jhon Travolta nas danceterias. Esperava um filme épico e até poético mas não, o que vi é um retrato da vida que os jovens levavam na época, nua e crua, com a mulher vista como mero objeto sexual, o ódio contra gays, latinos e "crioulos", estupros e assédios sexuais cometidos pelos "famosinhos" da discoteca, adolescentes vislumbradas por estes caras que se destacavam na noite, como hoje as jovens se vislumbram por traficantes. Pura realidade, pois também conheci pessoas assim quando frequentava discotecas no final dos anos 70 e anos 80 e era exatamente assim que ocorria entre os frequentadores "famosos", e hoje são velhos como eu, muitos ou a maioria hoje tem uma vida medíocre! Tudo não passou de uma fase "boa" da vida destes jovens, totalmente fora da realidade, pois a vida real era trabalhar muito e ajudar nas despesas da casa. Tony Manero (nome sugestivo) desprezou a garota que o amava, acabou não comendo ninguém, apenas tentando um estupro, apesar de ganhar o concurso de dança, ficou sem o prêmio em dinheiro e o troféu num surto momentâneo de indignação ao oferecer seus prêmios aos latinos, e ainda a linda dançarina que ele se apaixonou o dispensou, acabando na "friend zone". Um filme que nos mostra a realidade da época, onde o "politicamente correto" não era o foco! Péssimo final para quem torcia pelo Tony, mas um bom final para quem achava que ele vivia uma realidade superficial. Não entendi a mensagem que o filme tentou nos passar, se foi mostrar a realidade sem se importar com o "politicamente correto" ou realmente punir o protagonista pelos seus infames desrespeitos aos menos privilegiados nos anos 70.