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    Rua do Medo: 1994 - Parte 1
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Rua do Medo: 1994 - Parte 1

    Nostalgia banal

    por Kalel Adolfo

    Unindo o sobrenatural ao slasherRua do Medo 1994 — dirigido por Leigh Janiak — é uma atrapalhada carta de amor ao cinema de horror. A trama — adaptada dos contos de R.L. Stine — flerta com inúmeras convenções do gênero, buscando incessantemente recriar a atmosfera hipnotizante de clássicos da época como Pânico e Ringu. Infelizmente, a ambiciosa empreitada possui pouca substância narrativa, e se transforma rapidamente em um festival de referências cinematográficas artificiais.

    Na trama, um grupo de jovens investiga uma série de homicídios que aparentam estar conectados. Porém, o envolvimento neste mistério faz com que eles se tornem os próximos alvos do assassino. Kiana Madeira (Flash), Olivia Scott Welch (Panic), Benjamin Flores Jr (Policial em Apuros) e Maya Hawke (Stranger Things) são alguns dos nomes presentes no elenco.

    Proposta objetiva é mal-aproveitada

    Apesar da proposta objetiva, Rua do Medo perde o potencial de cativar os espectadores ao acrescentar novos elementos à história em uma frequência exaustiva. Portanto, o que deveria ser um capítulo de introdução ao universo criado por Janiak acaba se transformando em um emaranhado de ideias mal executadas que nos desconecta da experiência.

    O roteiro só encontra fôlego quando desenvolve o mistério central da trama, ao invés de tentar aprofundar assuntos secundários. Essa é uma grande oportunidade perdida, já que a produção definitivamente entretém nos momentos em que não se leva tão a sério.

    Rua do Medo não possui uma identidade definida

    O início da trilogia peca excessivamente quando o assunto é originalidade. Há inúmeras formas de homenagear obras clássicas sem abrir mão de uma identidade ímpar. Alguns títulos como Terror nos Bastidores (2015) e The Babysitter (2017) são ótimos exemplos disso.

    Mas o que vemos em Rua do Medo é bem diferente: ao invés de inovar através da metalinguagem, o longa recorre à saturada fórmula da nostalgia banal que vem dominando Hollywood nos últimos anos.

    A influência do trabalho de Stephen King também é evidente no filme. Mas enquanto as obras do autor estão carregadas de emoção e fantasia, a produção da Netflix é dominada por uma energia monótona.

    Personagens apáticos nos afastam ainda mais da história

    Não é novidade: personagens apáticos são um grande veneno para as tramas de terror. E aqui, o elenco é desperdiçado através de papéis robotizados, que mantém os indivíduos em uma linha de comportamentos repetitivos.

    A falta de motivações — acoplada a um pobre desenvolvimento de personagens — faz com que o longa perca a sua carga amedrontadora, já que não nos importamos com o que acontecerá com os indivíduos retratados na história.

    Outro grande fator para o distanciamento da experiência é o ritmo da obra, que é apressado em momentos importantes, e arrastado em situações triviais.

    Rua do Medo é bem-sucedido como terror?

    Além de ser emocionalmente defasado, Rua do Medo não consegue manipular os clichês do gênero a seu favor. Os famigerados jumpscares não marcam presença na produção, e o senso de tensão é inexistente durante as quase duas horas de duração.

    O apelo gore — que acabou rendendo uma classificação indicativa alta para o filme — é um dos poucos elementos que pode chocar o público. Mesmo assim, a ausência de efeitos práticos acaba reduzindo a credibilidade das sequências mais sangrentas.

    Um dos poucos pontos positivos do longa é o romance entre Deena e Samantha. Ter um casal queer protagonizando uma obra de terror mainstream da Netflix é revitalizante tanto para o gênero quanto para o serviço de streaming. Além disso, a divisão entre Sunnyside e Shadyside é bem explorada, dando espaço para interpretações sociais que agregam valor ao filme.

    Contudo, o primeiro capítulo da trilogia não empolga tanto quanto o seu ambicioso plano de lançamento. Sem vida, a obra falha em resgatar o espírito da época que tenta retratar, entregando performances mornas e um resultado esquecível.

     

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    Comentários

    • Patricia Ferreira
      Porcaria...na metade desisti
    • Leandro Coelho
      Romance forçado e terror fraco.
    • Lucas Tranzillo
      Lacração kkkk o ser humano é uma piada mesmo. Agora não pode ter um casal gay num filme em nenhum momento pq é sempre lacração? Aiai... VocÊ é patético! Além de burro e preconceituoso.
    • Jackson A L
      Um show de horrores, literalmente. Personagens ridículos com atores sofríveis, aliado a um roteiro furado. Terror não convence, humor sádico com piadinhas infames menos ainda. O ponto alto é ambientação da época e só isso!!!
    • Cristiano França
      Pensa em um filme ruim... pois então...faltou muito pra esse chegar nisso .... é sofrível... o diretor se preocupou mais em criar um romance Queer, como disse o crítico, do que realmente com a história de terror... mais um filme péssimo com a mesma temática... o outro foi a Maldição da Mansão Bly.... digno de usar o termo: seria melhor ver o filme do Pelé
    • Victor de Matos
      Filme legalzinho, mas nao curti a protagonista, achei egoista, chata, sem chance de simpatizar, torci todo o tempo pra ela morrer...fora que desperdiçou 2 personagens infinitamente mais carismáticos. A mesma coisa o menino nerd que tem zero personalidade, luta com o serial mais rápido e sobrevive. O politicamente correto tá acabando com a cultura.
    • juliana
      Achei um bom filme, porém esperava mais
    • juliana
      é um casal lgbtquia+
    • Bruno Bachega
      Filme horrivelmente ruim, tem um humor ridiculamente sem graça e um terror ridiculamente forçado, fora os clichês de filmes americanos.. e pra piorar , única coisa que fizeram pra fugir um pouco do clichê foi colocar a personagem principal como lésbica... Lacrou, sqn ! Kkkk
    • Cido Marques
      Não deixa de ser curioso ver esses gays todos em filmes que se passam nos anos 70, 80, embora naquela época estivessem nos armários.
    • Jean Arantes
      Não tem um filme que vc assiste e não uma lacração gay. Um saco isso. O filme é fraco. Esperava mais . Vamos ver como prosseguem a trilogia .
    • Mateus Stefens
      Casal Queer??
    • Alan Bitencourt
      Xiii, começou mal.
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