Para quem vive no interior, chega a ser natural imaginar a vida na cidade grande, seja pelas oportunidades possíveis ou mesmo por prazeres fugazes. Dias Vazios, longa de estreia do diretor Robney Bruno Almeida, aborda justamente esta questão, sob o viés da angústia gerada pela impossibilidade de mudança. É como se a rotina pacata, aliada à religiosidade onipresente, fossem tão sufocantes que, aos poucos, se tornassem insuportáveis.Tamanho vazio é representado logo na primeira cena do longa-metragem, uma sala de aula deserta onde, lá no fundo, está Daniel (Arthur Ávila). De semblante fechado, ele folheia um caderno e apenas conversa com sua namorada, Alanis (Natália Dantas), sobre um livro que está escrevendo. O tema: dois alunos da mesma escola, Jean (Vinícius Queiroz) e Fabiana (Nayara Tavares), que, dois anos antes, simplesmente desapareceram. A busca por respostas o norteia, não só em
Ler a crítica