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    Visões do Passado
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Visões do Passado

    Sub-O Sexto Sentido

    por Renato Hermsdorff

    Visões do Passado tinha (quase) tudo para ser um intrigante suspense, mas a produção resvala para o terror medíocre quando investe na fórmula genérica de fantasminhas desfigurados e excesso de sustos.

    O filme do australiano Michael Petroni (Mistérios do Passado) conta a história de um psicólogo, Peter Bower (Adrien Brody), que decide retornar a Melbourne com a esposa depois que o casal perde a filha de 12 anos em um trágico acidente. A fim de ajudar o amigo a recuperar a rotina, o Dr. Duncan (Sam Neill), o encaminha uma lista de pacientes. Uma estranha coincidência, no entanto, une as pessoas atendidas por Bowler e ele precisa desvendar esse mistério para seguir a vida.

    Entre os pontos positivos do filme está a escalação de Brody para o papel do protagonista. Excelente ator, subaproveitado em Hollywood, o vencedor do Oscar por O Pianista defende muito bem, entre o incrédulo e o desesperado, a trama (se é que se pode resumir assim, afinal, há uma exagerada sobreposição de histórias) na qual seu personagem é jogado.

    Com conexões pertinentes entre as subtramas, no entanto, e apoiado em diálogos críveis (até mesmo para esse tipo de enredo, fantasioso), o pano de fundo central se sustenta na possível seleção involuntária da memória, gerada por um bloqueio decorrente de um trauma. Nota-se que há uma pesquisa por trás do roteiro (assinado pelo próprio diretor, também responsável pelo texto de A Menina que Roubava Livros), um conhecimento prévio de psicologia fundamental para que o espectador compre os conflitos.

    O terreno do sobrenatural, no entanto, é inserido (e talvez nem devesse) de forma grosseira. A já citada fórmula esquemática de "fantasminhas desfigurados" e "excesso de sustos" subestima a inteligência do público. E o resultado é um produto genérico, com cara de home vídeo; um sub-O Sexto Sentido, conduzido da forma como os realizadores julgam ser a vontade de quem compra o ingresso.

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