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    O Espelho
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    O Espelho

    Acerto de contas

    por Lucas Salgado

    São tantos os filmes de terror lançados anualmente, a maioria seguindo fórmulas ultrapassadas e com personagens superficiais, que é difícil criar grandes expectativas. Felizmente, o gênero volta e meia se mostra capaz de nos surpreender. Foi assim em 2013 com Mama e Invocação do Mal e, agora, acontece o mesmo com este O Espelho.

    Dirigido por Mike Flanagan, o novo longa conta a história dos irmãos Tim (Brenton Thwaites) e Kaylie Russell (Karen Gillan). Após ser liberado de uma clínica onde estava internado, o primeiro volta a encontrar com a irmã, que lhe apresenta um plano que ele não queria ouvir. Ela deseja acertar as contas com uma entidade sobrenatural que atingiu sua família anos atrás, estando manifestada em um antigo espelho.

    Após anos em tratamento, Tim se recusa a acreditar nas coisas que Kaylie diz ter vivido no passado, mas aos poucos ele vai se deparando com situações que fogem de uma interpretação mais racional.

    O grande destaque da produção é o trabalho de Flanagan, também responsável pelo roteiro e pela montagem. É seu desempenho que torna o filme em algo diferente, fugindo do título de "mais um terror qualquer". A forma como ele realiza transições entre o que está acontecendo e flashbacks do que aconteceu com a família é fabulosa e elegante. Com o andamento da trama, tais transições se tornam tão frequentes que o passado e o presente quase interagem. E o bom é que isso acontece de forma natural, sem causar estranhamento no espectador.

    Mesmo com tantos méritos, o diretor também tem seus momentos de falhas, principalmente ao criar dicas óbvias para situações que serão vistas pouco depois, como quando Kaylie quebra um vaso de forma boba e sem importância. Ainda assim, o lado óbvio da narrativa acaba por aqui, uma vez que o roteiro é realmente inteligente e em nenhum momento previsível.

    Outro ponto positivo de O Espelho está no fato de ser um terror moderno, inserido num mundo tecnológico. Os próprios flashbacks remetem para 2002, então não temos uma família clássica, mas sim uma moderna, com mãe tatuada e crianças viciadas em videogame. São apenas detalhes, mas sem dúvida são detalhes que chamam a atenção do público e criam uma identificação.

    Conhecida pelo trabalho em Doctor Who, Gillian é o destaque do longa. A bela atriz chama a atenção não apenas pelos olhos claros e cabelos ruivos, mas também pelo talento e boa presença em cena. Ela entrega uma atuação urgente, que vai além dos tradicionais gritos do cinema de horror. Olho nela! Que poderá ser vista em breve em Guardiões da Galáxia e na série Selfie.

    Katee Sackhoff (Battlestar Galactica) e Rory Cochrane (CSI: Miami) interpretam os pais de Tim e Kaylie e se saem bem, principalmente a primeira. Quem também se destaca são as crianças Annalise BassoGarrett Ryan, que vivem os irmãos quando jovens.

    Oculus (no original) não é um filme que apresenta muitos sustos, mas que é muito competente em criar situações de tensão.

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