Evereste: Crítica AdoroCinema

Baseado em fatos reais, o longa acompanha um grupo de alpinistas que tenta escalar o monte Evereste, mas acaba obrigado a lidar com uma série de dificuldades impostas por uma tempestade. Dirigido pelo islandês Baltasar Kormákur, de Contrabando e Dose Dupla, Evereste conta com tomadas belíssima e um rigor técnico considerável. Mas também possui dois problemas graves: um roteiro sem emoção e uma péssima conversão para o 3D.

O roteiro, escrito por Simon Beaufoy (Quem Quer Ser um Milionário?) e William Nicholson (Gladiador), tenta de toda forma escapar do melodrama, o que de fato era muito importante. O problema é que podaram a história de tanta emoção que acabou gerando um filme com o qual o espectador possui dificuldade em se relacionar. O filme tem uma mulher grávida preocupada com o marido, pessoas que foram obrigadas a abandonar seu sonho pelo caminho e outras que lutam para sobreviver em um ambiente nada acolhedor. E nada disso dá emoção à narrativa.

Ao final das duas horas de sessão, o espectador deixará a sala sabendo que viu algo interessante, mas que também poderia ter visto algo muito melhor. A sensação ao término do longa é de que alguma coisa ficou faltando.

Contando com um elenco extraordinário, com destaque para Jason Clarke, Jake Gyllenhaal, Josh Brolin, Robin Wright, John Hawkes, Emily Watson, Michael Kelly, Keira Knightley e Sam Worthington, Everest (no original) conta com boas atuação, que só não são melhores por causa do roteiro mal desenvolvido. Isso fica claro no caso de Gyllenhaal, que tem uma boa presença em cena, mas que ao mesmo tempo parece viver um personagem sem grandes motivações.

As atuações mais interessante são as de Brolin e Hawkes, que são dois caras que contratam uma expedição para chegar ao topo do morro. São caras comuns que sonham em enfrentar o impossível. Knightley também entrega uma boa atuação, especialmente na sequência em que conversa com o marido pelo telefone sabendo que ele está em uma situação de perigo extremo.

Evereste é o clássico exemplo de filme mediano. É pouco provável que alguém o considere o pior longa da história. Mas também é difícil imaginar que vá marcar presença em alguma lista de top 10. Traz uma bela e discreta trilha sonora de Dario Marianelli e realiza um belo trabalho de figurino e, principalmente, maquiagem.