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    The Ridiculous 6
    Críticas AdoroCinema
    1,0
    Muito ruim
    The Ridiculous 6

    Adam Sandler baixa a qualidade das produções originais Netflix

    por Renato Hermsdorff

    “Sabe o que acontece quando a Netflix resolve investir em uma produção original um de longa-metragem de ficção? O mesmo que acontece quando a plataforma de vídeos on-demand produz uma série própria, é a resposta (as premiadas House of Cards e Orange Is The New Black são os dois maiores exemplos de produções originais bem-sucedidas da empresa)”. Assim começávamos a crítica de Beasts of No Nation, quando a toda poderosa companhia dava carta branca para Cary Fukunaga (True Detective) realizar um longa. A brincadeira servia para mostrar que a aposta tinha como resultado um produto tão primoroso, elegante e impactante quanto as já conhecidas séries próprias do serviço de VOD. Com The Ridiculous 6, a gente pede licença para voltar atrás.

    Pois sabe o que acontece quando a Netfflix resolve dar carta branca para Adam Sandler reunir a galera e fazer um filme original para a plataforma? O mesmo que acontece quando o ator estrela produções caça-níqueis apelativas baseadas em escatologia e o mais baixo calão. Se peido, cocô, masturbação com melão, sexo oral com burro, habilidade de tocar piano com o pênis e a herança de um terceiro mamilo te fazem rir, ok, aperte o play. Se você acha desnecessário até ler termos tão chulos, não perca seu tempo.

    Com o aval da Netflix, Sandler chamou o (amigo e) diretor Frank Coraci, com quem já havia trabalhado em Juntos e Misturados, Click, Afinado no Amor e O Rei da Água, para comandar o projeto escrito por ele próprio, ao lado do (amigo e) roteirista Tim Herlihy (autor de pelo menos 11 filmes estrelados pelo ator).

    The Ridiculous 6 conta a história de um homem branco (Sandler) criado no velho oeste por índios, que é procurado pelo pai biológico, doente, depois de muitos anos. Quando o velho é sequestrado pelo bando ao qual pertencia, o filho inicia uma jornada em busca do pai, sendo que, no meio do caminho, descobre que tem cinco meios-irmãos dos mais variados tipos físicos (do latino ao negro), e todos resolvem ajudá-lo na jornada.

    O mote do faroeste cômico, se não é original (Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola), é oportuno (Quentin Tarantino está à beira de estrear o aguardado The Hateful Eight); a ideia de multiplicar por seis o encontro de irmãos de aparência completamente diferente (o que Irmãos Gêmeos já propunha no fim dos anos 1980) alavanca(ria) o potencial cômico da situação. O problema é o que acontece entre o início e o final do filme.

    O que une um extremo ao outro é um encadeamento de situações tão despropositadas (para o arco geral da história) quanto forçadas. Há um ou outro elemento narrativo capaz de despertar surpresa no espectador, principalmente no tocante à “reinterpretação” de fatos históricos, como a origem do basebol, ou o assassinato do presidente Abraham Lincoln. E só. Porque nem tecnicamente o filme se salva, apoiado em efeitos especiais tão toscos, quem nem dá para classificá-los como propositadamente malfeitos.

    E o que dizer do elenco? Sandler adota a anti-interpretação (mais uma vez) que, antes de ser um estilo, resulta preguiçosa mesmo. Entre os irmãos, Taylor Lautner, que vive o caçula ingênuo, parece ter incorporado o “Simple Jack” de Ben Stiller em Trovão Tropical (com a diferença que o personagem, que na comédia de 2008 é uma sátira, é levado a sério, na medida do possível, pelo galã de Crepúsculo); Jorge García até que se sai bem na pele do selvagem (mérito da caracterização), ao passo que Luke Wilson (o traumatizado) é indiferente para a composição do grupo. Terry Crews (o “negro”) leva o personagem mais bem construído (se é que se pode pôr nesses termos) porque é o único papel que leva “a sério” a brincadeira com o estereótipo. Completa a família o “latino” de Rob Schneider, ator indefensável.

    O selo Netflix ainda serviu de atrativo para carimbar o currículo de um numeroso quórum de bons atores, em participações especiais dissipadas – e desperdiçadas – no texto grosseiro, como Nick Nolte, Dan Aykroyd, Jon Lovitz, Steve Zahn, John Turturro e Steve Buscemi, entre outros, sendo este último o responsável por fazer um exame... retal em um burro. Constrangedor, para dizer o mínimo.

    A novidade de The Ridiculous 6 é mostrar que até a Netflix pode errar em suas produções originais. Basta dar carta branca para Adam Sandler.

    Filme visto na Comic Con Experience, em dezembro de 2015.

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    Comentários

    • Mr brow
      tem gente falando que a critica foi retardada. Pra mim retardado é quem ri de um filme desse, que bela bosta
    • Frank Hirokatsu Tominaga
      mano como nao rir com um cara que tem 3 mamilos como herança e outro que toca piano com a rola?
    • Tiago C
      Que critica burra. O filme é ótimo. Este politicamente correto atual que é coisa de retardado!
    • Felipe A
      Falta muito senso de humor ao Adorocinema... pqp... isso é comédia pastelão! Para q efeitos de última geração? Fala serioserio! A proposta do filme é fazer rir... E isso ele faz com maestria! Obrigado Sandler!
    • Deise Correia
      Comecei achando que era um pastelão chato e idiota. Que em geral não é o meu tipo de filme. Mas olha, ri muiiiiiiiito como há muito tempo não ria. O ridículo de tudo é o engraçado. Aos atores que fizeram tão bem sua caraterização ridícula, eu parabenizo.
    • Carlos Lacerda de Abreu
      a critica do adoro Cinema não tem o menor senso de Humor.
    • Wallace
      Cara, deixa de ser amargo. Pq só uma criança poderia gostar do filme? Se vc já conhece o estilo do Sandler já poderia esperar o que estava por vir. Eu assisti sem pretensões e dei muitas risadas. Realmente, tem várias partes sem sentido e bem toscas, como a que se passa na barbearia. Mas esse filme é uma sátira de filmes de faroeste e besteirois americanos. Na minha opinião é um filme nota 3. Bom pra quem está querendo rir.
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