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    Um Momento Pode Mudar Tudo
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Um Momento Pode Mudar Tudo

    Título genérico, trama genérica

    por Lucas Salgado

    Hilary Swank tem uma carreira curiosa. Surgiu para o mundo em Karatê Kid 4 - A Nova Aventura e acabou mandada embora de Barrados no Baile, o que acabou sendo algo positivo, por fechou com Meninos Não Choram, pelo qual levou o primeiro Oscar. O segundo viria cinco anos depois pelo belo trabalho em Menina de Ouro. Apesar das conquistas, a atriz parecia sempre em busca de um grande sucesso de bilheteria, o que a colocou em enrascadas como O Dom da Premonição, O Núcleo - Missão ao Centro da Terra, A Colheita do Mal e por aí vai.

    Agora, a atriz volta a deixar o circuito comercial mais de lado e foca em produções independentes mais dramáticas, como foi o caso de Dívida de Honra e este Um Momento Pode Mudar Tudo. Por sinal, ela deve ter se visto subindo no palco da Academia para receber uma terceira estatueta após ler o roteiro deste último. Sua personagem é tudo que os organizadores do Oscar amam. Ela sofre com uma doença degenerativa e é obrigada e mudar sua vida após a traição do marido. Em tese, seria um papel perfeito para premiações. Em tese.

    O problema é que estamos diante de um drama repleto de clichês de superação e de cenas forçadas. Diante do tema, é até possível que alguém se emocione em determinado momento, mas é tudo muito condicionado e pouco envolvente. Swank não vai mal, mas sua personagem está longe de ser tão complexa como aponta a premissa. O roteiro também não ajuda, oferecendo cenas desconexas e pouco interessantes.

    A direção de George C. Wolfe (Noites de Tormenta) é apenas ordinária, criando um filme sem ritmo e sem alma. A trilha sonora é discreta, mas não consegue evitar sequências melodramáticas.

    Destaque da série Shameless e conhecida pelo trabalho em O Fantasma da Ópera, Emmy Rossum é o destaque do elenco, criando uma personagem divertida e exótica, mas também dependente. O problema, mais uma vez, pode ser atribuído ao roteiro, que coloca a personagem como uma potencial artista que tem medo do palco. Mais clichê impossível.

    Josh Duhamel, Stephanie Beatriz, Jason Ritter, Ali Larter e Marcia Gay Harden completam o elenco. Com exceção do primeiro, que vive o marido, os outros quatro dão vida a personagens desimportantes e desinteressantes. O mesmo vale para os veteranos Loretta Devine e Ernie Hudson.

    Embora possa funcionar como um filminho de Sessão da Tarde um dia, a verdade é que Um Momento Pode Mudar Tudo ("tradução" para You're Not You) é um longa destinado ao esquecimento.

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    Comentários

    • Ana
      Me lembrou Intocáveis, filme francês extraordinário. Ambos bons, Chorei nos dois, Recomendo.
    • Adriana S
      Alguém me diz o que de diferente pode acontecer para uma pessoa que se vê sofrendo com ELA? O que ela poderia fazer?? Uma cena igual a de Scarlet O'hara falando com todas as suas forças que não sucumbiria nunca??? Vive num mundo de fantasias por um acaso?? Ela falou pelo menos duas vezes pra Bec parar de tentar fazer o que os outros faziam , que era mentir... Estava clara a intenção desse filme... ela mostrou um pouco do que ainda poderia viver, correndo de cadeira motorizada, fazendo uma hidroterapia, conhecendo uma nova amiga muito especial, positiva mas consciente de seus limites e da morte próxima... Quanto aos personagens, mais do que verdadeiros, com mentalidades e atitudes mais do que verdadeiras, ações bobas, impensadas em uma situação que nunca pensou passar e que sem perceber acaba fazendo BESTEIRA DAS GRANDES. É o que acontece com os seres humanos no geral. Quanto aos pontos desconexos. Quem nunca teve pontos desconexos na vida, por favor , vire um tuber e faça um tutorial sobre isso. Eu senti perfeitamente as mudanças nas vidas das duas, e você não tem controle sobre isso... A ELA mostra perfeitamente que a perfeição, a vida articulada muda completamente. E ninguém tem culpa. E não tem muito o que fazer de diferente.
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