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    Magic Mike XXL
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Magic Mike XXL

    'Road movie' vai ladeira abaixo, sem freio

    por Renato Hermsdorff

    Magic Mike (2012) já não era lá essas coisas, mas pelo menos contava com o respaldo dos nomes de Steven Soderbergh (Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento) na direção e Matthew McConaughey – na transição dos papéis descamisados (bem, nem tanto) para os ditos mais sérios – entre os atores principais. Por outro lado, o filme também pode ser considerado um case de lucratividade em Hollywood: orçado em US$7 milhões, arrecadou cerca de US$167 milhões. Ou seja, nada mais (comercialmente) lógico que produzir uma sequência.

    Porém, a continuação, Magic Mike XXL, que chega aos cinemas agora, não traz nem o diretor, nem o ator – Soderbergh, que assina como produtor, confiou o comando do novo filme a Gregory Jacobs, parceiro de longa data do cineasta de Onze Homens e um Segredo. E, do trio original de protagonistas, Alex Pettyfer também não retorna. Sobra Channing Tatum que, além de atuar, também assume a função de roteirista - ao lado de Reid Carolin, que trabalhou no texto do primeiro filme. Poderia dar certo? Com o perdão do preconceito, não. Mas até que funciona, pelo menos nos, digamos, 15 primeiros minutos.

    Três anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Mike (Tatum) montou uma firma de móveis customizados e leva uma vida careta e um tanto sem graça. Até que, a caminho de uma convenção de strippers (!), a velha nova turma – liderada agora por Joe Manganiello, que assume o papel de líder do grupo (saudades, Dallas) – o procura para uma última (que, claro dependendo do desempenho comercial

    do filme, de longe será a derradeira) apresentação.

    A princípio, "Magic" titubeia mas, num momento “e se?” em sua oficina começa a dançar e o sorriso volta ao rosto. É surpreendentemente divertido. Oh, wait! Não é que encontraram uma forma justificada de tirar a camisa do personagem? E tome referências à cultura pop contemporânea, de Crocodilo Dundee a Backstreet Boys, passando por Harry Potter (sim!) – boas sacadas do texto.

    É claro que ele aceita, eles põem o pé na estrada e nos 100 minutos seguintes nada mais faz sentido. Nada.

    Na road trip, eles encontram uma ex-namorada de Mike, Rome (Jada Pinkett Smith), um papel constrangedor; e um grupo de senhoras de meia idade capitaneadas por Nancy (Andie MacDowell), essa sim, a melhor participação do filme, graças à experiência da atriz de Sexo, Mentiras e Videotape, que abusa de um sotaque impagável.

    Mas as cenas são in-ter-mi-ná-veis e não há uma desculpa minimamente convincente para o que, em princípio, interessaria à audiência do filme, ou seja, tirar a roupa dos rapazes pô-los de tanguinha num palco. Você, “mulher”, poderia se perguntar “mas precisa de motivo?” Pois saiba que fica menos sexy ainda (nada sexy, na verdade) quando, por trás de cada número, o texto procurar associar a “persona do palco” a um sonho/ desejo de vida de cada dançarino. O resultado é nada além de piegas.

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    Comentários

    • Eduardo Domingos
      O que incomodou o autor da crítica não foi esse feminismo barato que (somente) você trouxe à tona, o problema todo é que o autor da crítica é um critico de cinema sério, acostumado com filmes bem escritos, dirigidos e atuados. E infelizmente esse não é o caso. Como fã de cinema 'cabeça' que sou, ao ler a crítica entendi perfeitamente o ponto que o crítico quis colocar, o que não me impedirá de assistir o filme e, possivelmente, dar boas risadas. Mas, pelo menos, eu já vou assistir sabendo o que esperar ou não esperar. Somente isso!Ranço de feminismo barato. Ugh!
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