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    Trapaça
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Trapaça

    Um elenco em sintonia

    por Lucas Salgado

    É curioso ver Trapaça disputando premiações com O Lobo de Wall Street, afinal o primeiro pode ser visto como uma grande homenagem ao cinema de Martin Scorsese. O longa segue a estrutura de obras como Os Bons CompanheirosCassino, onde ninguém é inocente. Conta com um elenco grandioso, uma trilha impactante com vários clássicos do rock, uma narração off bem particular e flashbacks de uma infância dura. Além disso, traz uma participação especial de Robert De Niro.

    É claro que David O. Russell não é Martin Scorsese, mas é interessante vê-lo neste tipo de projeto. Responsável pelos premiados O VencedorO Lado Bom da Vida, o diretor se sai bem ao criar uma história repleta de reviravoltas e sempre instigante. 

    O principal mérito do cineasta foi na seleção do elenco. O quarteto principal (Christian BaleAmy AdamsJennifer LawrenceBradley Cooper) está fabuloso, mas não está sozinho. Coadjuvantes como Jeremy RennerLouis C.K. e o próprio De Niro se saem muitíssimo bem. É interessante notar que os quatro protagonistas já haviam trabalhado com O. Russell, mas surgem em papéis completamente diferentes. Neste sentido, cabe destacar Lawrence. Assim como em O Lado Bom da Vida, a atriz vive uma personagem que mescla um pouco de loucura e depressão. Mesmo assim, oferece uma atuação bem diferente da vista anteriormente, comprovando sua evolução como atriz.

    Mas se é para destacar alguém do elenco, o nome é o de Christian Bale. Ele, que ficou muito magro para O Vencedor, agora surge acima do peso e careca. Ainda assim, consegue ofertar sensualidade o bastante para conquistar Amy Adams, em seu papel mais sexy.

    American Hustle (no original) conta a história de dois trapaceiros (Bale e Adams) que são forçados a colaborar com um agente do FBI (Cooper) que quer derrubar uma série de políticos e mafiosos. A trama é bem simples, mas o roteiro de O. Russell e Eric Singer compensa com uma vasta oferta de diálogos memoráveis. As conversas entre os personagens de Cooper e Louis C.K. são incríveis. C.K., por sinal, vai se mostrando um ator extraordinário também nas telonas. Ele já havia demonstrado talento na série Louie e recentemente foi visto em Blue Jasmine.

    Cooper vem se mostrando um ator cada vez mais seguro, que curiosamente se destaca com personagens inseguros. O longa acerta em cheio na trilha e no design de produção. O figurino de Michael Wilkinson é fabuloso, principalmente com relação às roupas fatais de Adams, com decotes muito chamativos. O penteado dos atores também merece destaque, sendo até objeto de piada do próprio filme.

    Trapaça não é um filme perfeito. Tem problemas de ritmo e uma história que não empolga. Sua vantagem é justamente a impressionante força dos atores. Estamos diante, sem dúvida, de um elenco memorável.

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