Imagine-se no universo de "Star Trek" com a ação e as batalhas intergalácticas de “Star Wars” e acrescente uma boa dose de comédia; este é o ingrediente perfeito para um filme de sucesso. Pelo visto, “Os Guardiões da Galáxia” utilizou-se dessa receita e exibiu o melhor filme da Marvel do ano.
Desde que começou a ser anunciado, “Os Guardiões da Galáxia” já parecia ser um filme acima da média, mesmo sendo, talvez, a aposta mais arriscada da Disney/Marvel.
A comparação com os famosos filmes espaciais é inevitável, porém, percebe-se claramente a individualidade e a originalidade que o filme exibe. Em nenhum momento ele tenta copiar tais filmes, apenas se inspira em fórmulas que deram certo e adicionam uma trama original e, é claro, repleta de humor. Esse é um diferencial importante.
Com excelentes cenas de ação, e efeitos especiais, misturando cenários, naves e personagens feitos em computação gráfica com a velha e boa maquiagem o filme ganha ares de um tempo onde a tecnologia para produzir efeitos especiais não era tão avançada, e para se produzir um filme como esse era necessário recorrer à maquiagem, maquetes, fantasias e bonecos. Apesar da sutil, esses efeitos mais “palpáveis” tornam tudo um pouco mais próximo da realidade. Talvez isso seja apenas um ensaio para o próximo filme do “Star Wars”, mas ainda assim, ficou excelente. Vale a mencionar que a trilha sonora, tão importante em filmes assim, está presente de uma maneira excepcional, é certo que não de forma memorável, mas funcionou bastante para o filme, acompanhando desde a ação, drama e até mesmo na comédia. As músicas selecionadas, todas clássicas, dão o toque “vintage” necessário para, não só construir o personagem de Chris Pratt, mas para compor todo o filme. Excelente.
A comédia é o ingrediente final (talvez principal) para que esse filme se torne um verdadeiro sucesso. Na medida certa e bem empregado, a comédia se torna, ao mesmo tempo, um recurso para divertir, aliviar a tensão da história e é claro chamar a atenção do público. É bem verdade que a Marvel já vinha utilizando o humor excessivo em seus filmes, porém, errou na medida em “Thor 2” onde a personagem de Kat Dennings (Darcy Lewis) é quase insuportável.
Em “Os Guardiões” a comédia é mais do que bem vinda, e apesar de extrapolar em alguns momentos, mesmo assim, ainda consegue divertir. Sem dúvida é o elemento primordial para o sucesso do filme.
Outro fator muito utilizado nesses filmes é o romance. Porém, em alguns filmes, esse é o ponto que é pior adaptado. Muitas vezes porque não se tem tempo nem espaço para se tentar construir uma relação estável, aceitável e digna de credibilidade nesses filmes, como por exemplo em Thor, Jane Foster ama Thor porque está no roteiro. Felizmente, isso não acontece em “Guardiões”, ou pelo menos, nesse primeiro momento se inicia um breve sentimento que pode ser mais bem construído ao longo dos demais filmes.
O diretor, James Gunn, pode não possuir muitos filmes de sucesso, mas deu conta do recado, e com a ajuda de um bom roteiro, conseguiu produzir um filme de qualidade, com uma boa trama, recheado de personagens icônicos e o melhor: personagens com motivação. Do começo ao fim você entende todos os motivos que levaram cada um a fazer a escolha que fizeram.
É bem verdade que esses personagens são interpretados por atores não muito conhecidos. Quero dizer, os atores de renome ou estão pintados de verde ou apenas emprestaram suas vozes e expressões corporais. Mas aquele que encara o “Senhor das Estrelas” e o líder da gangue de heróis é Chris Pratt, justamente o que tem menos trabalhos conhecidos. Mas nem por isso deixa a desejar, tendo uma boa atenção, na verdade, sua presença e seu carisma ganha a atenção do público que certamente agora vai ficar atento aos próximos filmes do ator. Pra deixar logo informado, o próximo é Jurassic Word no ano que vem.
Enfim, “Os Guardiões da Galáxia” está altamente recomendado para quem é fã da Marvel, de naves espaciais, de ação, de aventura, de comédia e é claro de boa música. Nota 4,5. E que venha o próximo.