Sucker Punch é mais do que apenas um filme. Meditando a respeito do que falar sobre essa obra de Zack Snyder, logo me veio à cabeça uma frase do cantor Gerard Way, antigo vocalista da banda My Chemical Romance, que falou a respeito do fim da mesma: "My Chemical Romance [...] não é uma banda, é uma ideia". Assim mesmo, Sucker Punch não é apenas um filme. É toda uma ideia.
Eu já tinha boas expectativas pra esse filme, mas, na verdade, me faltava coragem. Eu sou o tipo de pessoa que praticamente só vê um filme se for convidado, tanto no cinema quanto em casa. Se for depender da minha vontade, morro afogado nos livros e gibis e nem sequer lembro da existência da sétima arte. Então, aproveitando o convite da dona Maisa (Mãe, cadê meu livro?), agarrei a oportunidade e cedi aos encantos de Sucker Punch.
O que encontrei foi uma ótima obra em diversos sentidos. Com uma enorme e presente trilha sonora repleta de músicas clássicas e icônicas (algumas até mesmo cantadas por Emily Browning), somos introduzidos a sequencias de ação basicamente fascinantes, que permeiam entre os campos da fantasia e da ficção científica (onde mais esperaríamos ver robôs, dragões, orcs e soldados mutantes dividindo o mesmo espaço?) e uma história instigante e original. Somos colocados em um labirinto repleto de cenas ora profundas ora insanas, nunca superficiais em sua essência.
Não sei bem se posso dizer que os personagens são bem "humanos", pois acho que isso não vem ao caso quando encaramos a proposta de Sucker Punch. Todas as figuras colocadas ali são usadas da maneira que bem cai ao sugerido e são bem aproveitados.
Uma maluquice deliciosa e linda de assistir, mas pra quem tem mente aberta. Se você gosta de tudo pé no chão e de tudo explicadinho bem claramente, dispensando a sua própria capacidade de captar e perceber o que a ideia propõe, não embarque nesta jornada. Para se divertir é preciso chegar e pôr de lado nossas opiniões, conceitos e achos-e-não-achos. Quando for sentar pra ver esse filme, assuma seu manto de um reles observador, aberto a novos horizontes, novas filosofias, novas maneiras de pensar.
O único adendo que faço contra a obra é algo bem pessoal... Ainda que seja tudo muito lindo, as cenas de ação, no decorrer de sua perfeição me... Como posso dizer... Desgastaram. Sim, elas me desgastaram um pouco. Por serem todas muito fortes, intensas e frequentes, às vezes eu simplesmente me via cansado daquilo, esperando ansiosamente para um conflito pouco mais ameno. Coisa de Marcos, provavelmente. Mas, no fim das contas, todos sempre estamos caçando demônios no paraíso, e, muito raramente, não o encontramos.
Só digo uma coisa: Assista. Abra um terceiro olho se for necessário, mas o faça logo.