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    Fantastic Fest 2018: Diretor de Under The Silver Lake se orgulha de avalanche de easter eggs no filme

    "Talvez você só perceba tudo na terceira ou quarta vez que assistir", declarou David Robert Mitchell. Festival ainda recebeu a presença do ilustre e eterno Flash Gordon, Sam J. Jones.

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    No penúltimo dia do Fantastic Fest em Austin, duas presenças importantes ocuparam as mesas de debates promovidos após a sessão: Sam J. Jones, o eterno Flash Gordon, e o diretor David Robert Mitchell, que apareceu para dar mais explicações sobre o enigmático Under the Silver Lake. Depois de passar por Cannes, a exibição marcou a estreia do filme em território norte-americano, que deve chegar ao grande circuito dos Estados Unidos em dezembro. 

    Em Under the Silver Lake, Andrew Garfield interpreta um jovem inteligente e desocupado que entra numa espiral de suave paranóia após o desaparecimento da vizinha que estava paquerando. Tendo Los Angeles e sua estranha cultura de celebridades como cenário, o filme ironiza a crença constante de que tudo precisa ter um sentido maior e traz uma avalanche de referências à cultura pop. Segundo a crítica do AdoroCinema:  "As pistas não constituem detalhes dentro de uma história maior, elas são a história maior" (leia o texto completo).

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    Antes da sessão começar, Mitchell deu o aviso: "Ao invés de tentar entender, se deixe levar pelo filme. Não fique tentando captar tudo, até porque provavelmente você não vai conseguir". Pretencioso? Talvez. Mas o volume de easter eggs é propositalmente tão absurdo que já é possível prever a Internet sendo tomada por perguntas quando o filme chegar ao público em geral. De cartazes de filmes de Hitchcock até ouvir disco ao contrário e revirar revista de games procurando a saída para um jogo, tudo está ali por um motivo - ou não.

    "Tem tanta coisa escondida nesse filme que talvez você só perceba na terceira ou quarta vez que assistir", explicou o diretor, orgulhoso de suas referências. Apesar de parecer um filme atual, Mitchell também esclareceu que é um momento do passado, que "já foi": "muita gente vai ver e achar que o filme é contemporâneo, mas não é. “Ele acontece especificamente no final do verão de 2011". E certamente esta informação vai sentar no topo da pilha de irrelevâncias relevantes que vão deixar muita gente pesquisando obsessivamente sobre o filme.

    À tarde, o Flash Gordon em pessoa apareceu para conversar com o público após a exibição do documentário sobre sua vida, Life After Flash. O filme acompanha a jornada de Sam J. Jones por eventos no estilo Comic Con, passa de leve por momentos complicados da vida do ator, que inclusive o afastaram do mercado do entretenimento, e ainda traz conversas com diversos envolvidos no longa clássico de 1980. Entre os depoimentos mais interessantes estão o do mestre da Marvel Stan Lee e do músico Brian May, do Queen, que compôs o tema original do herói. 

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    Apesar de ter entrevistados relevantes, faz falta uma variedade maior de imagens de arquivo para contar a história. O ritmo é prejudicado e, mesmo tendo um grande personagem, o material final fica mais próximo de jornalismo do que de cinema propriamente dito. O ponto alto é a discussão sobre o fato de Gordon ser ou não um super-herói: enquanto Stan Lee acredita que, sem superpoderes não há super-herói, outros especialistas pensam diferente. Afinal, está aí o Batman para provar o contrário. 

    Percebendo uma tendência, a diretora Lisa Downs já planeja um próximo filme: Life After the Navigator, sobre a vida do ator Joey Cramer, ainda jovem quando estrelou O Vôo do Navegador em 1986. Ao final do papo, o simpático Jones já havia transformado o debate numa grande palestra motivacional: "faça pelos outros e você conseguirá o que quer. Eu tive que me superar, ser humilde e aqui estou eu. Meu telefone está tocando e estou voltando a trabalhar como ator", declarou emocionado. 

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