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    Festival do Rio 2016: Diretor fala da opção pelo “solar” Marcos Veras como protagonista do drama O Filho Eterno

    Paulo Machline, Veras, Débora Falabella e o menino Pedro Vinícius apresentam o filme, selecionado para a mostra competitiva do evento.

    Baseado no romance homônimo do escritor Cristovão Tezza, O Filho Eterno narra, de maneira sincera – e muitas vezes dura –, os desafios da paternidade de uma criança com síndrome de Down. A conclusão lógica é que a versão para os cinemas se deu como um drama; já a opção por Marcos Veras como protagonista não é tão óbvia assim.

    “Quando eu pensei no Veras, eu pensei justamente num ator solar, que não fosse levar esse personagem mais para baixo [do que já é] ou para um lugar sombrio”, justifica o diretor do filme, Paulo Machline (Trinta), em relação ao ator, mais associado ao humor (Copa de Elite, Porta dos Fundos – Contrato Vitalício, Um Namorado para Minha Mulher).

    “Esse é um personagem difícil não por ser um drama, mas pela complexidade”, acredita o intérprete. “A maior preocupação era de não transformar esse cara num vilão”, diz, a respeito de Roberto, cujas opiniões severas em relação ao próprio filho podem chocar a audiência mais sensível.

    “Eu conversei com alguns pais, na época da preparação, que se identificaram com o Roberto. E pais que não tem filho com nenhuma síndrome”, pondera o ator, argumentando que a “paternidade”, de uma forma geral, é o assunto principal de O Filho Eterno. O diretor concorda: “Ela [a crise] também acontece com pais de filhos que não tem síndrome de Down ou qualquer outra síndrome”.

    Em entrevista ao AdoroCinema, Machline também fala sobre o processo de transposição do papel para a tela: “No livro, não tem a mãe. A mãe é citada algumas vezes. Quando a gente começou o processo de adaptação, eu olhei praquilo e falei: ‘A gente precisa de uma mãe’. O papel da mãe dá o contraste necessário para gente ver que aquela crise do pai é uma crise boba, é uma crise idiota”.

    E eis que entra em cena Débora Falabella: “Querendo ou não, a gente entra nessa história com pensamentos e tabus que, muitas vezes, a gente tem na nossa vida. E isso foi muito quebrado no filme”, conta a atriz. “Existe uma inteligência emocional nas crianças e nas pessoas com síndrome de Down, que são muito mais evoluídas e vão muito mais além do nosso universo”.

    E eis que entra, por sua vez, Pedro Vinícius (ou Pedrinho), que vive Fabrício, o filho do casal, numa “telona bem grande”, como ele mesmo diz, para comprovar a teoria da “mãe postiça”. Confira na entrevista exclusiva.

    O Filho Eterno, selecionado para a mostra competitiva (Première Brasil) do festival do Rio 2016, tem previsão de estreia em 1º de dezembro no circuito comercial do país.

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