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    Veneza 2014: O diretor Peter Bogdanovich ressurge em comédia deliciosa estrelada por Owen Wilson

    She's Funny That Way, exibido fora de competição no Festival de Veneza, conta ainda com Imogen Poots, Jennifer Aniston e Rhys Ifans no elenco.

    Os leitores mais novos do AdoroCinema provavelmente jamais viram um filme dirigido por Peter Bogdanovich nos cinemas. Afinal de contas, seu último trabalho a estrear nas telonas data de 2001: O Miado do Gato, cujo lançamento foi limitado ao circuito de arte. Ícone do cinema norte-americano na década de 1970, quando fez sucessos como A Última Sessão de Cinema e Lua de Papel, o diretor passou por uma longa estiagem devido ao fracasso de boa parte de seus filmes nas duas décadas seguintes. Pois o Festival de Veneza foi palco de sua redenção, com a exibição fora de competição do delicioso She's Funny That Way.

    Repleto de citações à era de ouro de Hollywood, com destaque especial ao clássico Bonequinha de Luxo, o longa-metragem acompanha a saga de Isabella Patterson (Imogen Poots), uma garota de programa que recebe uma proposta inusitada: US$ 30 mil caso deixe a prostituição. Ela aceita de imediato, é claro, e passa a sonhar em se tornar atriz. Só que, em sua primeira grande oportunidade, reencontra o homem que permitiu sua mudança de vida (Owen Wilson), que é diretor teatral e cuja esposa é atriz da peça que será encenada.

    Repleto de situações inspiradas envolvendo os encontros (e desencontros) dos personagens principais, She's Funny That Way lembra os melhores momentos de várias comédias dirigidas por Woody Allen, como Poderosa Afrodite e Tiros na Broadway. Trata-se de um filme inteligente e perspicaz, que conta ainda com um elenco afiado. Desde Julia Roberts em Uma Linda Mulher o cinema não via uma prostituta tão graciosa quanto a personagem meio desengonçada de Imogen Poots (não por acaso, fã da Holly Golightly de Audrey Hepburn), enquanto que Jennifer Aniston brilha na pele de uma terapeuta surtada e Rhys Ifans é hilário no inusitado papel de um ator sedutor. Resultado: aplausos entusiasmados ao término da sessão para a imprensa.

    Na coletiva realizada hoje à tarde, Peter Bogdanovich revelou que teve a ideia da história no fim dos anos 1990 e que, a princípio, o filme seria protagonizado por John Ritter. Seu falecimento em 2003, logo após a conclusão do roteiro, acabou adiando o projeto por mais alguns anos, também devido às dificuldades em conseguir orçamento. "A América seguiu pelo caminho errado, com suas sequências, prelúdios, filmes baseados em desenhos e super-heróis. Estou tão cansado de efeitos especiais. Você não acredita em nada, é tudo falso. Antigamente você via uma cena de Fred Astaire com Ginger Rogers e sabia que os atores estavam lá, dançando de verdade!", comentou.

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