Filme de 1999 protagonizado por Brad Pitt e Edward Norton, Clube da Luta é um dos grandes clássicos do cinema. O longa-metragem assinado por David Fincher até hoje é cultuado por uma legião de fãs - mas parece que nem todos pensam da mesma forma.
Durante uma entrevista para a Rolling Stone nos anos 2000, Paul Thomas Anderson, cineasta responsável por Magnólia, revelou não ter ficado nem um pouco contente ao assistir a Fight Club (no original). Isso porque um membro de sua família faleceu em decorrência de câncer testicular, e o longa apresenta a doença em um contexto onde um personagem visita um grupo de apoio a esse tipo de câncer para se sentir superior aos outros componentes.
“Eu assisti a 30 minutos só porque nosso trailer estava passando na frente dele”, começou Anderson. “E eu adoraria criticar o filme, mas vou apenas fingir que não o vi. É simplesmente insuportável. Desejo a David Fincher câncer testicular, apesar de todas as suas piadas sobre isso, desejo a ele o maldito câncer testicular”, acrescentou.
Clube da Luta, 20 anos: O que a obra de David Fincher tem a nos oferecer nos dias de hoje (Análise)Assim, em 2021, a resposta de Fincher veio. Também em conversa com a Rolling Stone, o diretor de Se7en disse compreender de onde a raiva de Anderson emanava:
“Olha, já passei por câncer com alguém que amo e posso entender se alguém pensasse... Não pensei que estávamos zombando dos sobreviventes ou vítimas do câncer. Achei que Chuck [Palahniuk, autor do livro cujo o filme foi baseado] estava falando sobre um ambiente terapêutico que poderia ser infiltrado ou abusado. Estávamos falando sobre vampirismo empático.”
E ainda continua:
“O câncer é difícil. É uma coisa horrível. Quanto à citação de Paul, eu entendi. Se você está em um estado emocional difícil e acabou de passar por algo importante... Meu pai morreu, e isso certamente me fez sentir diferente em relação à morte e ao sofrimento. E meu pai provavelmente gostou ainda menos de Clube da Luta do que Paul.”
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