Continua com os mesmos problemas da primeira temporada: roteiro fraco, com muita novela e pouca ciência. Para ter noção do quão fracas são a direção e o roteiro, na série há som no espaço — as naves fazem barulho; colocam barulho de jatos no vácuo. Entendo que fica bonito de assistir, mas se já é fraco nos critérios científicos, imagina cometer esse erro bobo de som no espaço.
Para melhorar a série, é preciso fazer os personagens demonstrarem que entendem o que estão falando. Em trechos curtos, mostrem que um personagem está estudando ou faça-se comentários via rádio, por exemplo: “Fulano está estudando esse assunto” ou “Fulano está lendo tal livro”. Mais adiante (ou no episódio seguinte), mostrem uma cena em que a protagonista — a capitã — precisa resolver um problema e recorre justamente ao livro que foi citado. Assim o público entende que o personagem estuda e tem vida pessoal.
Também é preciso melhorar a trilha sonora das cenas para dar emoção. Se um personagem vai falecer, por exemplo, coloque uma trilha que combine com o ambiente para fazer o público sentir tristeza. Mesmo tendo assistido à primeira temporada, eu não me apeguei aos personagens.
Nessa série, os personagens só sabem deitar, dormir e ter cenas de sexo — no roteiro basta alguém dizer “você está se sentindo mal, vai para o quarto descansar” ou, se alguém está em um quarto, automaticamente tem sexo. Cadê o desenvolvimento dos personagens? Não adianta ter flashbacks do passado dizendo que o personagem morava na Terra para “provar” que ele sabe algo. O correto para um bom roteiro é mostrar a prática: se é um mecânico, mostre cenas dele trabalhando num mini-projeto pessoal, algo que goste; isso dá vida ao personagem.
Sei que existem cenas mostrando os personagens trabalhando em suas áreas, mas o que eu quero dizer é sobre projetos pessoais. Por exemplo: um mecânico trabalhando num projeto paralelo que, mais pra frente, possa ser usado para resolver algum problema na trama.
Não é simplesmente porque ele é mecânico que, do nada, vai inventar uma gambiarra milagrosa. Isso é a famosa solução sem lógica que os roteiristas adoram usar, quando o personagem solta do nada: “Tive uma ideia!” — sem base nenhuma, tirada do nada (ou, como dizem, “tirou da bunda”).