The Good Doctor (2017) é uma série médica que mistura drama, mistério e temas emocionais, e acompanha a jornada de Shaun Murphy, um jovem cirurgião com autismo e síndrome de Savant, que luta para ser aceito em um hospital de renome. Com um enredo que visa destacar a superação e a complexidade dos indivíduos com autismo, a série apresenta uma trama intrigante, mas que, por vezes, se estende demais, o que acaba tornando a narrativa mais arrastada.
A interpretação de Freddie Highmore, no papel de Shaun, é um dos grandes destaques da série. Sua performance é convincente e empática, conseguindo capturar a complexidade do personagem de forma sensível, sem recorrer a clichês. A série também se beneficia do elenco de apoio, que, em grande parte, oferece atuações sólidas, com destaque para Antonia Thomas como a Dra. Claire Browne, que traz uma boa dinâmica com Shaun e complementa a narrativa com sua própria jornada de crescimento pessoal e profissional.
O enredo é um ponto de destaque, especialmente na forma como a série aborda o tema do autismo e a aceitação social e profissional de indivíduos com necessidades especiais. The Good Doctor faz um excelente trabalho ao representar de maneira honesta as dificuldades e as conquistas de Shaun, que se esforça para provar que sua condição não o impede de ser um excelente médico. A série traz reflexões importantes sobre empatia, inclusão e o preconceito enfrentado por aqueles que são diferentes, oferecendo ao público uma visão mais profunda e humanizada do que significa viver com autismo.
No entanto, a extensão da trama é um ponto que prejudica um pouco a série. The Good Doctor tem a tendência de se alongar em certas questões, como relacionamentos pessoais e dramas hospitalares, que muitas vezes desviam do foco principal do protagonista. Embora a série aborde com sensibilidade temas complexos, como os desafios da profissão médica e as interações humanas, ela acaba se tornando um pouco repetitiva e com episódios que se arrastam sem avançar muito na evolução dos personagens, o que pode gerar um certo cansaço ao espectador. A falta de um ritmo mais dinâmico, especialmente em episódios mais focados em tramas secundárias, é o principal motivo para a nota média de 3,5 de 5.
Além disso, enquanto os casos médicos apresentados são bem estruturados e interessantes, a série se perde em algumas situações onde o drama pessoal dos médicos toma o foco e deixa o aspecto clínico de lado, o que pode decepcionar aqueles que esperam um drama médico mais centrado nos casos e menos no melodrama interpessoal.
A produção é competente, com bons cenários hospitalares e um tom de narrativa que mistura drama e tensão de maneira eficaz. Porém, The Good Doctor poderia ser mais objetiva em alguns momentos, mantendo o foco nas histórias mais envolventes e na evolução do personagem principal, sem se perder em subtramas que não agregam tanto ao desenvolvimento do enredo.
Em resumo, The Good Doctor é uma série que tem boas intenções e traz importantes lições sobre inclusão e empatia, além de ser bem desempenhada pelos atores. No entanto, sua tendência a estender demais a trama e a desviar o foco de seu protagonista principal acaba tornando-a uma série mais lenta e com momentos de repetição, o que leva à sua nota 3,5 de 5.