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    Batwoman: Produtora revela como The Vampire Diaries ajudou na série do Arrowverse (Entrevista)

    A showrunner Caroline Dries ainda revelou como o coronavírus afetou segunda temporada da série.

    O cordão do Arrowverse cada vez aumenta mais. Primeiro veio Arrow, depois The Flash, SupergirlLegends of Tomorrow e então Batwoman. A série estrelada por Ruby Rose traz um diferencial: uma super-heroína mulher, lésbica, usando o manto que foi de Batman — detalhe importante, a protagonista Kate Kane é prima de Bruce Wayne e aspira assumir seu lugar como vigilante em Gotham na ausência dele.

    A equipe por trás de Batwoman é encabeçada pela showrunner Caroline Dries, que também foi responsável por roteirizar Smallville e produzir The Vampire Diaries. Em entrevista ao AdoroCinema, a produtora revelou o que aprendeu em suas séries anteriores para aplicar na produção da DC Comics.

    A produção da CW já foi renovada para sua segunda temporada. Mas se você ainda não teve chance de assistir ao primeiro ano da série, esta é sua chance: Batwoman é exibida todas as sextas-feiras na HBO e na HBOGo.

    O que The Vampire Diaries têm em comum com Batwoman

    CW

    “O que eu aprendi principalmente com Julie Plec em The Vampire Diaries foi que existem todas essas coisas fantásticas acontecendo. Mas se você não lidar com os sentimentos do seu coração por meio desses personagens e não estiver chorando ou sendo feliz por eles, sentindo alegria ou que deseja colocar muito espaço para beijos, nada mais importa. Você pode colocar todas as ‘firulas’ na sua série. Se você não está se sentindo bem por essas personagens, nas decisões do dia a dia, o programa não vai funcionar”, explicou ela.

    A showrunner destacou que as séries nas quais ela trabalhou focam na “escrita de gênero” e retratam elementos fictícios, fantasiosos fora da nossa realidade, associados a grandes cenas de ação, figurinos e maquiagem, como alienígenas em Smallville e vampiros e mitologia em The Vampire Diaries. Apesar disso, elas exigem a conexão emocional do público com seus fãs para dar certo, justamente por estarem distribuídos em longas narrativas de mais de 20 episódios da temporada. Afinal, quem nunca torceu por um casal — os famosos ships — em uma série de herói? “É preciso fundamentar os personagens na verdadeira emoção humana”, completou Caroline Dries.

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    O diferencial de Batwoman é a representatividade

    Segundo Caroline Dries, a introdução de Kate Kane no Arrowverse veio para ocupar um lugar de representatividade frente aos fãs. Por ela ser uma super-heróina mulher, lésbica, cujo enredo ressoa entre as gerações Z e Alpha. “É importante ter um super-herói como Batwoman em 2020, porque não há um herói comparável por aí agora. Ela tem essa influência desses incríveis super-heróis. E a população LGBT é representada por ter uma liderança assumidamente homossexual. Nada acontecera ainda na comunidade de super-heróis, então queríamos usar essa comunidade gay e dizer ‘vocês estão agora representados. É aqui que você pode se ver representado na TV’”.

    Batwoman aspira ser Arrow da nova geração (Primeiras Impressões)
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    Para ela, a escolha de Ruby Rose para o papel foi a ideal, pois a atriz tinha o pacote completo: as emoções e o jeito badass. “A personagem é incrivelmente complicada, e precisávamos de alguém que tivesse todas as camadas nela. Ruby é obviamente deslumbrante, ela é intrigante, misteriosa. Parece uma durona, suas tatuagens fazem com que se destaque Mas ela também revelou essa camada de vulnerabilidade”, afirmou sobre Rose, que tinha no currículo produções como Orange is the New BlackxXx: Reativado e John Wick 2. “A personagem de Kate é diferente de Bruce Wayne. Ele é bonito, estoico, meio sarcástico e mantém para si mesmo suas emoções internalizadas. Com Kate é diferente, ela é amorosa, ela é lésbica muito estereotipada, pois manifesta seus sentimentos se gosta de alguém. Então Ruby teve tudo isso.”

    Batwoman tenta honrar a memória de Bruce Wayne

    CW

    A showrunner admitiu que a série enfrentou críticas e preconceito dos fãs de quadrinhos e séries de herói mais conservadores, mas exaltou a importância de ter uma série protagonizada por uma heroína e comentou sobre o desafio de honrar a história de Batman.

    “Grande parte do público é formado de homens que cresceram lendo HQs, vendo eles mesmos representados na maioria de seus personagens. E, portanto, não há uma sensação de que haja espaço para outros heróis. A base de fãs do sexo feminino está crescendo lenta mas seguramente para o [gênero de] super-herói. [De fato] são menos mulheres assistindo a um super-herói masculino ou feminino. Mas acho que os homens por natureza estão menos ansiosos para assistir a uma série protagonizada por mulheres, independentemente de ser ou não um super-herói”, admitiu. No entanto, seu maior desafio foi fazer uma reverência à mitologia de Batman. “Isso é meio intocável e você não quer mexer com isso. Ele é o super-herói favorito de todos. [...] Então existem as pessoas que são muito protetoras da mitologia do Batman e as pessoas que gostam tanto do Homem-Morcego que vão escolher assistir a qualquer coisa que tenha a ver com o Batman”.

    Mas Kate Kane é o novo Batman?

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    “A Batwoman está constantemente lidando com questões de desigualdade e competitividade em comparação com o Batman. Em geral, o mundo em sua órbita é basicamente feminista e a ideia de feminismo de capa não é algo que ela está lutando a cada episódio, porque secretamente ela tem que lidar com vida e morte e escapar do bandido que ela está enfrentando”, disse a showrunner. Dries apontou que Kate Kane tem como maior crítica Vesper Fairchild, interpretada pela jornalista liberal feminista

    Rachel Maddow, só que na série ela representa um “ponto de vista anti-feminista, que sempre dificulta para Batwoman ou a questiona em representar a voz das pessoas, desarmando o público contra essa noção de uma mulher assumindo o nosso trabalho um homem”.

    No geral, Dries revelou que o objetivo não é que Kate Kane assuma o manto do Batman. “Tentamos homenageá-lo” ao incitar nos fãs o sentimento primário que as pessoas têm ao ver produções do Cavaleiro das Trevas. “Ela tem muitos conflitos semelhantes aos do Batman, que incluem continuaria lutando no seu dia-a-dia contra os bandidos que estão tentando matar pessoas inocentes”.

    Batwoman é a substituta de Arrow?

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    Então, se Kane não almeja tomar o lugar de seu primo Bruce Wayne, será que ela tem chances de assumir o comando da equipe do Arrowverse, agora que Arrow chegou ao fim?

    “Não acho que exista alguma substituição para Oliver Queen”, afirmou sobre o protagonista vivido por Stephen Amell. Porém, ainda que Batwoman não assuma o papel do líder da equipe nos crossovers da CW, Dries acredita em um futuro de parceria entre os heróis.

    “Arrow meio que mostra o caminho para todos nós. Eu acho que o que estamos vendo está se inclinando um pouco mais para a parceria da Supergirl com Batwoman”, comentou sobre as personagens vividas por Melissa Benoist e Ruby Rose. “Foi o que realmente o que vimos nos crossovers de Elseworlds e Crise das Infinitas Terras. Acho que [o futuro] é menos sobre um líder e mais sobre a nova dinâmica entre o grupo. E [Kate Kane] definitivamente se destacou na Crise”.

    Como o coronavírus afetou Batwoman?

    Nos últimos meses, diversas séries de TV tiveram suas filmagens e datas de lançamento afetados por causa da pandemia do coronavírus. Como precaução para evitar a disseminação da doença, os canais interromperam as gravações e pós-produção de diversos programas. Foi o caso de Batwoman, cuja exibição foi retomada mas pode ter uma temporada reduzida. O que, segundo Caroline Dries, não seria tão prejudicial.

    “Nós já tínhamos escrito os episódios 21 e 22 [da segunda temporada] — o que é raro já ter o roteiro tão cedo — quando houve rumores sobre o Coronavírus parar nossa produção. Mas conseguimos entender tudo isso. Fomos muito sortudos. Chegamos a filmar mais ou menos 20 episódios no momento em que desligamos. A maneira como a história se desenrola e a natureza do nosso programa é terminar todos os episódios com um enorme cliffhanger. E [o episódio 20] tem um grande no final, bem sombrio de uma maneira estranha. Eu sinto que poderia ser um final de temporada, mas definitivamente fomos interrompidos pela situação com COVID-19 e, infelizmente, como todos as séries. Em termos de sua leitura sobre o que todos os outros programas estão passando, acho que meio que tivemos sorte”.

    Enquanto isso, a primeira temporada de Batwoman é exibida todas as sextas-feiras na HBO e HBOGo.

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