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    "O mercado brasileiro é muito rico em talentos e histórias", afirma diretora de produções brasileiras da Netflix (Entrevista exclusiva)

    Entrevistamos Maria Angela de Jesus sobre as novas perspectivas do serviço de streaming para a produção audiovisual brasileira e internacional.

    Após a estreia da série Coisa Mais Linda, que segue conquistando o público por trazer reflexões acerca do empoderamento e da igualdade de gênero, a Netflix possui em seus planos futuros mais produções originais (e nacionais) para aumentar seu alcance de público. Além do retorno de 3%, que entrará em sua 3ª temporada, teremos a 2ª temporada da comédia Samantha! e do drama O Mecanismo, além das estreias de O Escolhido, Onisciente, Sintonia e Spectros.

    Durante o evento que divulgou mais detalhes sobre algumas destas séries, que aconteceu no dia 13/03, o AdoroCinema teve a oportunidade de conversar com Maria Angela de Jesus, diretora de produções nacionais da Netflix. Logo no início da entrevista, ela expressou sua visão otimista para com o cenário brasileiro. "O mercado brasileiro é muito rico e dinâmico em talentos e histórias", afirmou.

    "Nós adoramos comédias e o público também. O humor é sempre uma delícia, mas a diversidade de conteúdo é algo importante para a Netflix. Eu diria que este é o nosso principal atrativo: uma gama de gêneros, histórias e formatos", disse ao refletir sobre a aprovação do público com relação a Samantha!, assim como de 3%, que faz muito sucesso também fora do Brasil desde 2016, ano de sua estreia.

    O evento organizado pela Netflix também destacou a presença de inúmeras mulheres tanto na frente quanto atrás das câmeras. Quanto a isso, Maria Angela se mostrou animada com a estreia recente de Coisa Mais Linda. "A presença crescente de mulheres na produção audiovisual é uma mudança no mundo - ainda bem. Estamos encontrando o nosso espaço e conquistando o nosso lugar que já é de direito. Isso é reflexo do nosso tempo, do que as nossas avós e mães fizeram no passado. Estava falando com a Pathy Dejesus sobre isso outro dia. Elas lutaram muito e o fato de chegarmos hoje com a possibilidade de trazer essas histórias com mulheres, como em Coisa Mais Linda, só nos traz alegria", disse, antes de completar que as histórias narradas pela Netflix "são histórias que fazem parte das vidas de todas nós – e de homens também". A ideia da empresa é justamente unir todas as audiências em torno de uma boa história.

    Séries como BabyDarkLa Casa de Papel também permearam a entrevista. "Com essas produções a gente percebe que o público é curioso e ávido pra ver produções de todos os lugares. A gente sente muito isso com o Brasil. Com isso, insistimos na ideia de que uma boa história não tem fronteira. Então, após o sucesso de 3%, de Club de Cuervos e outras séries que produzimos, isso mostrou que havia muito espaço para as produções locais, para cada território contar suas histórias. Abrimos uma janela para o mundo", afirmou.

    Tal janela também se estende para o cinema. Quando o assunto recaiu para Roma, suas indicações e vitórias no Oscar e a divergência de pensamentos que a presença do streaming nas premiações trouxe, Maria Angela foi direta: "As mídias convivem juntas e a produção audiovisual acontece nos mais diferentes formatos, então não dá para restringir as coisas entre um "filme de streaming" ou um filme "para o cinema". O que as pessoas deveriam estar comemorando é essa possibilidade de criar mais conteúdo. Quando vemos um filme como Roma, é tocante. E, com a Netflix, ele extrapola o México, vai além com aquela sensibilidade na sua história. Cuarón, mesmo sendo genuinamente de cinema, fez o que queria: ele assumiu a frente de produção, fez seu filme em preto e branco... Parece um jovem estudante fazendo seu primeiro filme. Então, é muito bom propiciar isso."

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