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    Game of Thrones - S06E02: De Volta Para Casa

    Leia a nossa crítica do segundo episódio da sexta temporada.

    Atenção: contém spoilers do episódio 2 da sexta temporada de Game of Thrones. Se você ainda não assistiu, então saia da internet, assista e depois volte para ler!

    Aconteceu. Aconteceu, fãs de Game of Thrones! Aconteceu! Depois de um longo inverno de espera, ele está de volta. Depois de todos os membros do elenco e da equipe terem dito incessantemente que “Jon Snow está morto”, finalmente o que todos esperavam aconteceu: No segundo episódio, Jon Snow voltou!

    Porém (e felizmente), essa não foi a única coisa que aconteceu no episódio! Home trouxe muitas cenas interessantes e curiosas com personagens que já conhecíamos, apresentou novos e até trouxe alguns para matarmos as saudades.

    O título do episódio já sugeria que, de alguma forma, ele levaria o público de volta para casa, e esta casa é nenhum outro lugar além de Winterfell. Através das visões de Bran (Isaac Hempstead-Wright), acompanhamos o segundo flashback já feito pela série, e é interessante notar o quanto a cena de Ned Stark jovem treinando no pátio — que tão bem remete ao episódio piloto da série, aliás — parece ter feito questão de focar em dois personagens que, de início, podem parecer não muito importantes: Lyanna, irmã de Ned, e Hodor — ou, como agora sabemos, Willis. Existe uma grande expectativa sobre a história de Lyanna, já que ela faz parte da teoria mais famosa d’As Crônicas de Gelo e Fogo, mas pouco se sabe a respeito de Hodor (Kristian Nairn). O que pode-se concluir a partir desta breve aparição de seu passado é que sua origem vai ser abordada e explicada em algum futuro não muito distante (tomara!), e que isso será importante de alguma forma.

    O retorno de Bran foi, no geral, muito bem arquitetado e sua aparição, apesar de breve, conseguiu situar de forma efetiva que ele está conseguindo dominar melhor as visões, mas ainda está em um processo de aprendizado. Outro ponto interessante foi observar o quanto Meera (Ellie Kendrick) se sente deslocada, e as palavras de um dos Filhos da Floresta para ela, dizendo que ela será importante para Bran quando eles saírem de lá. É previsível, então, que grandes coisas ainda estão reservadas para o trio.

    Mas Bran não foi a única novidade do episódio, e o encontro de Tyrion (Peter Dinklage) com os dragões Rhaegal e Viserion foi outro belo momento. O fato de os dois terem reagido tão bem à presença do anão é surpreendente, apesar de que a calma pode ser atribuída a uma possível fraqueza (?)  que estivessem sentindo, já que Missandei (Nathalie Emmanuel) menciona que os dois não comem desde a partida de Dany. A cena é curiosa e a facilidade de Tyrion com os dragões é um tanto questionável, mas resta esperar que em algum momento haja uma explicação coerente. Em retrospecto e, novamente, fazendo menção ao título do episódio, Tyrion relembra, com uma certa angústia, de uma história de sua infância em Rochedo Casterly com a família — família esta que ele, agora, já não tem mais.

    Game of Thrones parece mesmo ter guardado para o segundo episódio da temporada grandes surpresas, e o retorno das Ilhas de Ferro veio ancorado na mesma angústia da perda familiar que costurou as cenas de Bran, de Tyrion, de Sansa (Sophie Turner) e Brienne (Gwendoline Christie) — conversando sobre Arya (Maisie Williams) — e de Cersei (Lena Headey) e Jaime (Nikolaj Coster-Waldau). Para os Greyjoy, o tema veio através da morte de Balon e da chegada de seu irmão Euron (Pilou Asbaek). Tudo isso causa um coerente incômodo em Yara. O retorno das ilhas pareceu um tanto superficial e mais breve do que deveria ser, mas a introdução de Euron é um ponto inquestionavelmente positivo. Se ele fizer jus à sua contraparte dos livros, promete bons momentos e um personagem marcante.

    Se por um lado a região norte de Westeros empolgou o episódio, é difícil dizer o mesmo das cenas de Porto Real, com os Lannister e a Fé Militante em uma iminente guerra pelo verdadeiro poder, e de Arya em Braavos. As cenas da jovem Stark entre o primeiro e o segundo episódios da temporada não fizeram exatamente uma grande diferença naquele arco, e pareceram somente ocupar espaço (que poderia ter sido gasto em um desenvolvimento melhor de outras cenas). Já em King’s Landing o que existe é uma grande falta: de personagens, de jogadas políticas e de um reinado, em si. Talvez fosse mais proveitoso se cada episódio cobrisse uma quantidade menor de núcleos e assim, fizesse cenas mais significativas. Até agora, isso não aconteceu na temporada.

    O que não causa surpresa em ninguém a esta altura de Game of Thrones é o sadismo de Ramsay Bolton (Iwan Rheon). O (ex) bastardo de Roose Bolton provou mais uma vez por que é o vilão mais emblemático de Westeros em cenas grotescas. Não dá para dizer que é realmente uma surpresa que ele faria algo contra o pai e o irmão recém-nascido, mas quais serão as consequências disso é que é interessante. Talvez a série esteja valorizando um pouco demais a ferocidade das cachorras de Ramsay, e por isso o momento em Winterfell acaba se tornando mais uma que foi feita apenas em troca do choque. Porém, o retorno dos Karstark coloca uma casa poderosa do norte ao lado dos Bolton e um perigo a mais no caminho de Sansa. A formação de uma possível aliança traz cada vez mais forte a certeza de que a subtrama da retomada do norte será um dos pontos mais fortes da temporada.

    Mas o que todos estavam esperando era ver o que iria acontecer na muralha. No início do episódio, temos Sor Alliser Thorne (Owen Teale) tentando invadir os aposentos onde Sor Davos (Liam Cunningham) e os outros patrulheiros estavam com Fantasma e o corpo de Jon, e quando parecia que veríamos o belo lobo gigante em ação, quem apareceu foi um outro gigante (Wun-Wun, para quem não sabe!), e os Selvagens, assim, impediram uma revolta que se inflamava. O último golpe de esperança para trazer o 998º Lorde Comandante de volta e acabar com a causa de Thorne foi um pedido do Cavaleiro das Cebolas a Melisandre, e aí surgem algumas incoerências.

    Convenhamos, não é exatamente uma surpresa que Jon Snow voltaria. O retorno do personagem já vinha sendo especulado há quase um ano, e ninguém realmente acreditou nas inúmeras vezes em que alguém dizia que Jon estava definitivamente morto (não é?). A cena, inclusive, foi como boa parte dos fãs já previa. O que pareceu incoerente foi a necessidade de a série ter feito uma revelação daquele porte sobre Melisandre na abertura da temporada para simbolizar que ela estava com a fé abalada, e já no episódio seguinte ela ser capaz de usar a mesma fé questionada para trazer uma pessoa do mundo dos mortos de uma maneira que pareceu fácil demais. Havia ficado a sensação de que ela precisaria de algum outro incentivo para recuperar sua crença e, só então, conseguiria ressuscitar Jon. Mas, ao contrário, a série optou pelo caminho fácil. O que aconteceu, talvez apenas pelo choque, aconteceu.

    Por fim, o que muitos podem considerar o fim de um capítulo tenebroso é na verdade apenas o começo de um, já que é agora que começarão a ser respondidas as perguntas. Quem será Jon Snow a partir de agora? Será que sua personalidade vai mudar? Será que ele encontrou algo, ou alguém, enquanto estava morto? As dúvidas estão apenas começando…

    O que é realmente legal de observar na cena final do episódio é que houve um cuidado em fazer notar a presença de Fantasma. É bem possível que o lobo tenha sentido que Jon estava voltando à vida, no momento em que ele levantou a cabeça após todos os outros terem saído do quarto. A relação tão forte entre Jon e Fantasma ainda pode ser muito bem aproveitada na série, e parece que chegou o momento.

    Nota: 3,5

    O AdoroCinema publicará uma crítica de cada episódio da sexta temporada de Game of Thrones. Aguarde a próxima, e fique de olho na cobertura completa!

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