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    Game of Thrones: George R.R. Martin explica qual foi sua inspiração para criar a Fé Militante

    Os pardais têm uma inspiração mais real do que se imagina.

    HBO

    Não é nenhuma novidade que Game of Thrones tem sempre uma polêmica na manga. E a perversa Fé Militante – ou os chamados ‘Pardais’, tem uma inspiração real muito bem conhecida. Na série, o novo culto que toma as ruas de Porto Real executa um papel importantíssimo para o desenrolar dos eventos: cada vez aproximando mais devotos, a nova vertente religiosa acredita em punir violentamente os pecados cometidos. E o seu líder é um homem igualmente misterioso e manipulador, o Alto Pardal. George R.R. Martin, autor da história, frequentemente utiliza eventos, ideias e fenômenos da Europa Medieval para escrever passagens de As Crônicas de Gelo e Fogo, e aí mesmo está a sua inspiração para os Pardais.

    "Os pardais são minha versão da Igreja Católica Medieval, com suas próprias reviravoltas fantasiosas," disse o escritor em entrevista para a EW. "Se você olhar para a história da igreja na Idade Média, há períodos em que você vê Papas e Bispos extremamente corruptos. Não eram pessoas espirituais, mas políticos. Estavam jogando sua própria versão do jogo dos tronos, na cama com reis e lordes. Mas também há períodos de revolução ou reforma religiosa - a maior delas sendo a Reforma Protestante, que levou à divisão da igreja. Havia dois ou três Papas rivais, cada um deles clamando ser o verdadeiro. É isso que está acontecendo neste momento em Westeros. Dos dois Septões que vimos anteriormente, o primeiro era muito corrupto à sua própria maneira, e foi dilacerado pelas revoltas populares por comida (que ocorreram na segunda temporada). O segundo Septão é um indicado por Tyrion (Peter Dinklage), e é até menos corrupto que o primeiro, mas é ineficaz, não faz diferença alguma. Cersei (Lena Headey) logo o retira do cargo por ele ser um indicado de Tyrion. Mas agora ela precisa lidar com a militante e agressiva Reforma Protestante que está determinada a ressuscitar a fé que foi destruída pelos Targaryens muitos séculos antes."

    Martin apontou ainda outras semelhanças entre a Fé dos Sete e a Igreja Católica. “Ao invés da Santíssima Trindade, temos Sete, ou seja: um único deus com sete aspectos diferentes. No Catolicismo, há três aspectos: O Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Lembro que, quando criança, isso me deixava bastante confuso: ‘Então há três deuses?’ Não, um deus com três aspectos. E eu ainda ficava confuso: ‘Então ele é o seu próprio pai e seu próprio filho?’”

    A História da Fé dos Sete

    A Fé dos Sete é a grande religião praticada pela maior parte do povo de Westeros, com exceção do Norte, que ainda acredita nos deuses antigos. Os Sete são: o Pai, a Mãe, o Guerreiro, o Ferreiro, a Donzela, a Velha e o Estranho, e cada um representa uma virtude diferente. A Fé chegou a Westeros trazida pelos Ândalos há mais de seis mil anos.

    A destruição feita pelos Targaryens, a qual Martin se refere em sua fala, ocorreu no início do reinado dos Targaryen. Quando Aegon, o Conquistador invadiu Westeros, ele se converteu para a Fé dos Sete para ganhar o apoio do Alto Septão. Na ocasião, o líder religioso garantiu que a Fé Militante não iria se opor aos Targaryen. Porém, com a morte de Aegon, sobe ao trono Aenys I, filho de seu casamento com a irmã, Rhaenys Targaryen. A Fé, então, rompeu a aliança, e os Militantes apoiaram as revoltas contra o Aenys, por ser fruto de um incesto.

    A Guerra que se sucedeu atravessou três reinados e só cessou quando o rei Jaehaerys ofereceu a paz, e a Fé Militante foi dissolvida. A paz entre Estado e Religão prevaleceu por muitos anos, e está sendo quebrada com a chegada dos Pardais.

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