Se você já utilizou o Tinder, ou qualquer outro aplicativo de relacionamentos, sabe muito bem que uma das coisas mais difíceis é sempre iniciar um assunto, correto? Você pode tentar dar apenas um "oi" tímido, ou talvez iniciar com alguma frase engraçadinha, mas... e se já existisse a possibilidade de ir para a conversa com um assunto no qual os dois podem falar a respeito sem nenhum problema?
Foi com esta intenção que o Tinder teve a ideia de realizar sua primeira série original, utilizando ainda do famoso "sistema de escolhas", adaptado anteriormente pela Netflix em produções como Black Mirror: Bandersnatch e, mais recentemente, o filme original de Unbreakable Kimmy Schmidt. E o AdoroCinema foi convidado para conferir, em primeira mão, o episódio inicial da série!
A série, que será lançada sob o título de Swipe Night, mostra um grupo de amigos que está realizando uma festa tranquilamente até que todos recebem um sinal de alerta em seus celulares avisando que um cometa está prestes a colidir com a Terra, potencialmente causando o fim iminente de toda a humanidade. A confusão rapidamente toma conta do local e resta a você, que está assistindo em primeira pessoa, fazer suas escolhas.
Assistida totalmente em vertical, dentro do próprio aplicativo, a primeira coisa que chama a atenção na série é a atmosfera totalmente voltada para a "Geração Z" (pessoas nascidas após 1995), como falam os próprios desenvolvedores por trás do projeto:
"Queríamos ser capazes de competir com outras originais de streaming que estão elevando muito as expectativas. Fizemos um longo estudo sobre a Geração Z, especialmente dentro da temática de distopia. Perguntamos o que eles fariam se o mundo estivesse acabando, como eles agiriam, e tentamos replicar isso na trama da série", falou o roteirista Paul Boukadakis.
A gerente de projetos, Jenny McCabe, aproveitou ainda para explicar, por exemplo, qual era a intenção inicial da série: "Como fazemos com que seja mais fácil começar uma conversa no Tinder? Muitas pessoas falam sobre seus gostos, suas músicas, seus filmes, mas assim damos a ela algo para se falar a respeito logo de cara. Que escolhas cada um tomou na série?"
Em cada um dos episódios de cerca de 6 minutos nós somos possibilitados a escolher entre duas coisas diferentes, baseados nas coisas que estão acontecendo na série. Swipe Night tem 8 finais diferentes, a depender de quais decisões você acaba tomando. Depois, o aplicativo te coloca para conversar com pessoas com base nas escolhas de vocês dois, criando um novo tipo de match.
E você poderá também ver o que escolheram os outros contatos do Tinder. Por exemplo, se alguém escolhe acobertar uma traição em vez de contar a verdade, você poderá ver isso no perfil da pessoa. É o futuro em sua essência mais pura, não é mesmo? Aliás, vale lembrar que nos Estados Unidos, onde a série já estreou, o número de matches aumentou em 39%!
Dentre as escolhas, é possível fazer das escolhas mais sérias até apenas aproveitar os momentos.
"São três horas para o fim do mundo. O que você vai fazer? Com quem você quer passar os últimos momentos? Quão longe você consegue chegar?", falou Paul. Feito para ser consumido na vertical, o conteúdo é de absorção bem rápida e tranquila, o que facilita o fato de ser visto todo sem o formato padrão de paisagem.
Até mesmo em sua equipe de produção a série faz jus à premissa. A produção foi dirigida por Karena Evans, de 24 anos (diretora de videoclipes de Drake) e escrita pela perspicaz Nicole Delaney (Big Mouth, Netflix) e Brandon Zuck (Five Points, Facebook Watch) — todos envolvidos com obras destinadas a um público de jovens adultos. O próprio elenco, formado por atores estreantes no formato, também cumpre muito bem a missão de transparecer a Geração Z em todos os poros.
Agora, só resta tentar responder a seguinte pergunta: quando a série chegar aqui no Brasil, você desliza pra direita ou pra esquerda?