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    Space Force: Crítica da 1ª temporada da nova série de Steve Carell

    Nova aposta da Netflix traz um elenco afiado, mas falha na hora de fazer rir.

    Nota: 2,5/5,0

    É impossível não colocar grandes expectativas no lançamento de Space Force, nova série da Netflix. Afinal trata-se do mais recente projeto de Steve Carell com o criador Greg Daniels, cuja parceria já rendeu a aclamada The Office. Com um elenco repleto de talentos, a trama tem o grande potencial de se tornar uma das grandes comédias do ano. Infelizmente, fica preso na ideia do que "deveria ser", ao invés do que "realmente é".

    A trama acompanha o general Mark Naird (Carell), encarregado de liderar a mais nova divisão das Forças Armadas dos Estados Unidos: a Força Espacial. Numa base remota no Colorado, ele, o Dr. Mallory (John Malkovich) e uma equipe de cientistas e astronautas inexperientes recebem a missão urgente de pisar (de novo) na Lua e dominar o espaço.

    Space Force traz uma trama irregular demais

    A partir dessa premissa, o roteiro se desenrola numa sucessão de situações absurdas, cercadas por personagens excêntricos. Algumas delas funcionam, outras não. Como apontado no nosso texto de primeiras impressões, por mais que as sequências apresentem todos os elementos necessários, o resultado almejado — o riso em si — quase nunca chega lá. Em questões de ritmo, a situação melhora na segunda metade da temporada, por mais que caminhe num passo apressado e ainda não saiba o que fazer com alguns de seus protagonistas.

    Em comparação com as loucuras simplistas na Força Espacial, a vida pessoal de Mark parece ser um desperdício de talentos, com uma Lisa Kudrow pouco aproveitada em participações especiais, sem nunca explicar o motivo de sua ausência. Enquanto a personagem de Diana Silvers fica parada no estereotipo de adolescente rebelde, sem darem o tempo necessário para desenvolver seu principal conflito: a solidão no Colorado.

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    O elenco de Space Force salva os melhores momentos

    Por outro lado, a dinâmica entre Naird e Mallory é algo que se desenvolve de maneira natural e divertida, ao longo dos episódios, carregando boa parte da temporada. Steve Carell demora um pouco para construir uma persona diferente de seu icônico Michael Scott, enquanto John Malkovich acaba roubando a cena. Outra parceria interessante que ganha destaque é a amizade entre Angela (Tawny Newsome) e Chan (Jimmy O. Yang).

    Com momentos de destaque para Don LakeFred Willard e Ben Schwartz, Space Force apresenta uma primeira temporada muito irregular que, por muitas vezes, abandona o sentido para criar o absurdo — usando a bagunçada política atual como justificativa para isso. O problema é que tal crítica nunca consegue passar de rir dos tweets do presidente, por exemplo. O talento está ali, mas ainda faltam peças para se encaixar nessa quebra-cabeças.

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