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    15h17 - Trem Para Paris: Clint Eastwood e a Warner Bros. podem ser processados por causa do suspense

    De acordo com a advogada do suspeito de cometer o atentado ao comboio francês em 2015, o filme atenta contra a presunção de inocência de seu cliente.

    De volta às telonas com mais um suspense baseado em fatos reais, Clint Eastwood e a Warner Bros., casa do cineasta há mais de quatro décadas, podem ser processados judicialmente por causa de 15h17 - Trem Para Paris. De acordo com o jornal francês France 3, a advogada de Ayoub El-Khazzani, suspeito de ter planejado e cometido um atentado ao comboio europeu em 2015, alega que o longa estadunidense atenta contra a presunção de inocência de seu cliente e não pode ser utilizado como reconstituição fiel do caso.

    "Na França, nós temos grande princípios, sendo um deles a presunção da inocência. Aí, nos dizem que Clint Eastwood vai nos entregar a verdade, com uma visão completamente unilateral dos fatos, onde a presunção de inocência é atacada. Não vejo como um julgamento possa se desenrolar de maneira serena quando vemos pessoas reencenarem cenas do filme antes de testemunharem perante o magistério", disparou Sarah Mauger-Poliak, se referindo ao fato de que 15h17 - Trem Para Paris escalou boa parte das pessoas envolvidas no caso do atentado ao trem da companhia Thalys para interpretarem a si mesmas no longa.

    Dentre os personagens que são vividos por suas contrapartes reais, estão os três jovens soldados estadunidenses que ficaram conhecidos como "heróis" por terem impedido a ação terrorista no comboio que iria de Amsterdã, na Holanda à Paris: os militares Anthony SadlerAlek Skarlatos e Spencer Stone, que estreiam na sétima arte. A escalação foi uma forma encontrada pela Warner e por Eastwood de, evidentemente, reafirmar a veracidade dos fatos apresentados em 15h17 - Trem Para Paris - ideia que também foi duramente criticada pela advogada: "Pedi aos magistrados que organizassem uma reconstituição. Eles me responderam que seria inútil porque já existe esse filme. A justiça se curva diante de um realizador de ficção".

    Mauger-Poliak, que também afirmou que a defesa não foi procurada por Eastwood assim como as outras partes interessadas no processo para construir o filme, pretende entrar, portanto, com um recurso judicial para impedir o lançamento de 15h17 - Trem Para Paris: "Tenho consciência que meu cliente não é um anjo mas é preciso deixar com que a justiça faça seu trabalho. Sim, o julgamento é longo, mas isso me parece lógico dada a complexidade do caso. Pessoas foram seguidas, escutas foram implantadas [...] Isso demanda tempo. E nos estamos em um Estado de direito, não podemos deixar que as vítimas façam seu próprio julgamento para o povo".

    A Warner e Eastwood ainda não se pronunciaram sobre a problemática. Coestrelado por Jenna FischerJudy Greer e Tony Hale, 15h17 - Trem Para Paris estreia no Brasil no dia 8 de março.

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