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    Dona Flor e Seus Dois Maridos: Juliana Paes defende o cinema como lugar de ousadia artística (Entrevista exclusiva)

    Bem-vindos à entrevista "Eu não sei se a palavra é..."

    Juliana Paes estava... à vontade em Salvador, onde passou no último dia 23 para divulgar Dona Flor e Seus Dois Maridos. Seja pelo alívio por ter acabado de gravar uma novela densa (A Força do Querer, sucesso de público), seja pelo clima da cidade, ela declarou na coletiva de imprensa, sem pudor ou hipocrisia, que não teve “dificuldade nenhuma” em filmar as cenas de nudez e sexo da nova versão para os cinemas do texto de Jorge Amado lançado em 1966.

    “Quando você tem uma obra como essa, quando você lê os capítulos, tem que contar assim, disse a atriz, em entrevista ao AdoroCinema (confira no vídeo acima).

    O diretor do remakePedro Vasconcelos procurou seguir à risca as palavras do escritor baiano. O que não falta, portanto, ao novo filme, são diálogos com palavrões, cenas picantes (com direito a nu frontal masculino) e até uma pincelada a respeito da violência doméstica. Se o público conservador que vem fazendo barulho nas redes sociais vai rejeitar a produção?

    “A gente tem que respeitar o lugar de cinema como arte. Tem que estar um pouquinho na vanguarda”, diz ela. “Pelo menos um pouquinho, a gente tem que poder fazer uma cena mais ousada. Se a gente não fizer isso, se o cinema não fizer isso, quem vai fazer?”, conclui.

    Flor - você provavelmente já sabe - é uma mulher apaixonada pelo marido, o vadio Vadinho (Marcelo Faria). Depois que o fanfarrão morre numa noite de bebedeira em pleno Carnaval, a professora de culinária acaba se casando novamente, com o pacato farmacêutico Dr. Teodoro (Leandro Hassum). Com ele, “Florípedes” tem casa, comida, roupa lavada. Mas não tem a "cama” que tinha com o ex, de modo que ela acaba o "convocando” em pensamento. Vadinho "volta” do mundo dos mortos, causando, claro, o maior rebuliço na vida da moça.

    O romance já havia sido adaptado para o cinema - no filme homônimo de Bruno Barreto com Sônia Braga que arrastou quase 11 milhões de pessoas em 1976 -, para a TV - em formato de minissérie na TV Globo - e ganhou inúmeras montagens no teatro, incluindo aí, uma comandada pelo próprio diretor do filme, que ficou mais de cinco anos em cartaz.

    Retomar essa trama dá uma "pimentinha”, atesta o colega de elenco Leandro Hassum. “A gente tentou se distanciar de todas essas outras montagens para que a gente não se influenciasse”, confessa o ator, que adotou um tom “uma oitava ou duas” abaixo daquele com o qual as pessoas acostumaram a vê-lo. “Isso é o que causa uma curiosidade [no público], aposta.

    A respeito das comparações, Juliana crava: “Quando a história é boa e você vai contar para uma outra geração, para um público que não viu ainda, só facilita [o trabalho].

    Bem-humorada (“bem-vindos à entrevista ‘Eu não sei se a palavra é…’”), ela confirmou que estará no novo filme do diretor Daniel Filho (Se Eu Fosse Você), Boca de Ouro, baseado na obra do dramaturgo Nelson Rodrigues.

    Dona Flor e Seus Dois Maridos estreia em parte do Nordeste (Salvador, Recife, Fortaleza) em 02 de novembro - chegando aos cinemas do restante do país no dia 23 do mesmo mês. (Confira, em breve, nossa entrevista com o diretor e o ator Marcelo Faria).

     

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