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    Festival de Toronto 2017: Brie Larson e Greta Gerwig estreiam na direção com visões opostas sobre amadurecimento

    'Unicorn Store' e 'Lady Bird' também têm sido recebidos de forma diferente pela crítica até aqui.

    George Pimentel/ WireImage e Rich Fury/ Getty Images

    Uma já levou o Oscar de melhor atriz, por seu papel em O Quarto de Jack. A outra virou musa do cinema indie com Frances Ha, pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro em 2014. Mas Brie LarsonGreta Gerwig parecem querer mais de suas carreiras. E no Festival de Toronto 2017 (TIFF), ambas estrearam na direção de um longa-metragem, com Unicorn Store e Lady Bird, respectivamente.

    Ambos os filmes tratam do processo de chegada à maturidade - o tal "coming of age" do qual os realizadores gostam tanto de falar. Mas as semelhanças param por aí. Enquanto Larson, aos 27 anos, resolveu investir em uma narrativa fantasiosa em sua estreia por trás das câmera, Gerwig (34) preferiu um caminho mais naturalista (e bem-humorado) no seu voo solo - é dela também o pouco conhecido Nights and Weekends, de 2008, assinado em parceria com Joe Swanberg.

    George Pimentel/ WireImage

    Lady Bird é daquele tipo de filme que você assiste com um sorriso no rosto do início ao fim. Protagonizado por uma inspirada Saoirse Ronan (Brooklin), o filme conta a história de amadurecimento da personagem-título, uma típica (ou nem tanto) garota de 17 anos, estudante de uma escola católica (e conservadora), às voltas com os conflitos de amizade, o desapontamento do primeiro amor e a mãe controladora que se divide em dois empregos para compensar a falta de trabalho do pai. O resultado é mais leve do que pode parecer.

    "Despretensioso, o longa é centrado na figura de uma protagonista concebida com uma rara espontaneidade e, como consequência, involuntariamente carismática" (leia a crítica completa aqui). Com 15 análises críticas contabilizadas no site Rotten Tomatoes (o que ainda é pouco), a produção tem 100% de aprovação até o momento. "Lady Bird é um filme cheio de calor, inteligência e melancolia que consegue parecer fresco e surpreendente, apesar da natureza excessivamente repetitiva do subgênero", se derreteu o profissional do Guardian.

    Divulgação

    Unicorn Store conta com menos "reviews" contabilizadas até o momento no portal, seis, mais especificamente, sendo metade positiva (e metade negativa, claro). Aqui, a protagonista é Kit (a mesma Brie Larson), jovem de vinte e poucos anos, mimada e sonhadora, que resolve sair debaixo das asas dos pais "motivacionais" depois que sofre a primeira decepção na vida, ao "levar pau" no curso de artes.

    A vida dela muda quando recebe uma misteriosa carta a convidando para conhecer a "loja de unicórnios" do título. E Kit terá de provar que tem condições de cuidar de um unicórnio de verdade para ganhar o seu. "O que se vê é uma tentativa desesperada do filme de se mostrar 'gostável', apelando para o sentimentalismo da plateia, a partir de uma mensagem cafona de autoajuda", segundo o AdoroCinema (para a versão completa do texto, clique aqui).

    Divulgação

    "Já faz muito tempo que eu queria dirigir, mas eu acreditava que precisava absorver ainda mais experiência nos sets de filmagem. Eu não fiz faculdade de cinema, então, o que eu podia fazer para adquirir experiências era atuar, escrever e produzir", Greta Gerwig disse ao Deadline essa semana. "Quando eu acumulei cerca de dez anos [de experiência], achei que podia ser o suficiente", completou a atriz, que também assina o roteiro do filme, depois de dividir com Noah Baumbach os créditos dos textos de Frances Ha e Mistress America.

    Brie Larson - que dirigiu os curtas “The Arm” e “Weighting” -, por sua vez, declarou à IndieWire: "A questão é que, bom ou ruim, o filme está aí. As pessoas podem pensar 'esse filme é maravilhoso, eu quero fazer isso!' ou 'essa é a pior coisa que eu já vi na minha vida, se ela pode fazer isso, então eu também posso fazer um filme'". E concluiu: "Isto dito, minha esperança é que a gente tenha mais mulheres, mais negros, mais pessoas de orientações sexuais diferentes contando suas próprias histórias, porque é disso que a gente precisa".

    A boa notícia, Brie, é que, esse ano, dos mais de 300 filmes (entre curtas e longas-metragens) selecionados para o Festival de Toronto, mais de 30% são produções dirigidas por mulheres. Ainda é pouco. Mas um recorde para o evento.

    Nenhum dos dois filmes tem data de estreia prevista no Brasil.

     

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