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    Saiba como o fracasso de Quarteto Fantástico influenciou a troca de direção de Gambit

    Um bom filme ou uma boa grana? Fórmula ou liberdade criativa? Rupert Wyatt ficou inseguro quanto às pretensões da Fox e desistiu do projeto.

    Rupert Wyatt é pioneiro de uma pequena casta em Hollywood: dos diretores confiados a dirigir um blockbuster após um pequeno grande filme. O cineasta dirigira O Escapista (surpresa mundial de 2008 arrecadando US$388 milhões em bilheterias) quando foi convidado para reiniciar uma franquia clássica em Planeta dos Macacos - A Origem. Grande sucesso de crítica e público, o filme catapultou o diretor para uma posição de destaque na indústria, mas... algo não deu certo, e Rupert Wyatt não conseguiu (ou quis) fazer nada desde então.

    Primeiro, veio o convite da Warner para dirigir a biografia de um espião russo com Michael Fassbender como protagonista, e ele pulou fora. Depois, a sequência Planeta dos Macacos: O Confronto; a Fox criticou o roteiro, Wyatt seguiu a vida. Vez da Sony chamar o diretor para comandar O Protetor, com Denzel Washington, e receber uma recusa de cara. "Caramba! O que esse cara quer?", você se pergunta. A resposta é tão simples quanto é difícil se ter em Hollywood: liberdade criativa. E é exatamente a falta de que levou Rupert Wyatt a dispensar mais um grande projeto em Gambit.

    Os outros três diretores que tiveram a sorte de trilhar o caminho de Wyatt foram Gareth Edwards, que agradou no pequeno Monstros, fez um bom trabalho em Godzilla e hoje colhe os frutos com Star Wars: Rogue One; Colin Trevorrow, que após a dramédia Sem Segurança Nenhuma deixou o mundo de queixo caído com o arrasador Jurassic World - Mundo dos Dinossauros; e Josh Trank, que com liberdade fez o ótimo e original Poder Sem Limites, com as rédeas do estúdio mostrou-se completamente arredio a trabalhar em equipe na produção do Quarteto Fantástico — cujo retumbante fracasso alertou a indústria para o grande ônus de se escalar diretores independentes em superproduções.

    Pois é exatamente esse o dilema que vive Rupert Wyatt. Depois de tantos convites recusados, fica claro que ele prefere fazer um filme menor como O Apostador a ter de lidar com a pressão de um major. "Eles não querem, necessariamente, um autor que vá querer reinventar a franquia. Claro que os estúdios amariam isso se um diretor fizesse o que eles querem, quando eles querem, mas nem sempre isso dá certo", diz o agente de Wyatt, Brian Swardstrom, que aprova a atitude ousada de seu cliente. "Muitos acabam na jaula do diretor quando não desistem [dos projetos]. Talvez eles devessem." Josh Trank que o diga...

    A relutância de Rupert Wyatt em aceitar a direção de Gambit foi proporcionalmente inversa à facilidade com que abandonou o projeto (mesmo após representar o time de produção na San Diego Comic-Con 2015). Muitos dizem que a experiência ruim de Trank na Fox pode ter sido a gota d'água. Seja ou não, a verdade é que ele se sente mais feliz trabalhando à vontade, como acontece na adaptação de Golias que desenvolve para a Paramount (mesmo estúdio de O Apostador). Enquanto isso, a Fox corre contra o tempo para encontrar um diretor de Gambit, com estreia (já apertada) marcada para o dia 7 de outubro de 2016.

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