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    Festival de Toronto 2015: Diretor artístico do evento convoca público a usar #jakequake

    Demolition, com Jake Gyllenhaal, sacodiu o público na abertura do TIFF.

    WireImage/Getty for TIFF

    A 40ª edição do Toronto International Film Festival (TIFF) começou nessa quinta, 10 de setembro, como era de se esperar, autorreferente, afinal, não é qualquer dia (ou ano), que se sopram 40 velinhas.

    Por isso, os criadores do evento foram chamados ao palco do enorme auditório do Roy Thomson Hall, para discursarem – bem-humorados, é preciso dizer –, bem como três dos quatro diretores que estiveram presentes na primeira edição (em 1976) e voltam com filmes esse ano, entre eles Wim Wenders (No Decurso do Tempo/ Tudo Vai Ficar Bem).

    Coube ao diretor artístico do festival, Cameron Bailey, puxar a prosa para o presente, relembrando os bons papéis recentes de Jake Gyllenhaal – haja visto a estonteante performance do ator em O Abutre, exibido no último TIFF – e convocando o público a usar a hashtag #jakequake (algo como terremoto Jake), afinal, Demolition, estrelado por ele, não apenas estava prestes a ter a primeira exibição pública mundial, como era o filme escolhido para abrir a edição de data redonda.

    O diretor do filme, Jean-Marc Vallée (Livre) subiu ao palco com 15 membros de sua equipe, entre eles, o próprio Gyllenhaal, Naomi Watts e Chris Cooper. “Quando eu li [o roteiro] há três anos, eu queria tanto dirigi-lo. É o tipo de material que te faz pensar na vida”, disse o cineasta, apresentando o filme como aquele mais “rock´n´roll” de sua filmografia.  

    WireImage/Getty for TIFF

    A plateia de convidados que quase lotou os mais de 2.600 assentos da sala, obviamente estava predisposta a receber bem o longa-metragem – o que, por outro lado, não significa “satisfação garantida”. Mas o público de fato dançou conforme o rock de Vallé, reagindo emotivamente à projeção do filme.

    Em Demolition, Gyllenhaal dá vida a Davis Mitchell, um investidor que perde a esposa em um trágico acidente de carro. Na noite em que ela falece, ele passa por “problemas” para comprar um M&M de amendoim numa dessas máquinas de venda automática de produtos ainda no hospital. Ele, então, passa a expurgar seu fantasma escrevendo para o serviço de atendimento ao cliente da companhia. Do outro lado da linha (postal) está Karen Moreno (Watts), a responsável pelo SAC, que se comove com o drama do rapaz e, de maneira “não profissional”, passa a se corresponder com ele.

    É um filme “rock´n´roll” mesmo, como disse o cineasta, incluída aí a trilha, que faz lembrar o Vallée do ótimo C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor (2005). O roteiro, que não é lá essas coisas, ganha forma e corpo sobretudo com uma montagem baseada em rápidos flashbacks da esposa – reais ou não –, que conferem um tom criativo de fantasia ao filme. No entanto, a produção escorrega em alguns clichês (confira a crítica completa aqui).

    Não é para o próximo Oscar. Isso porque Demolition tem estreia agendada nos Estados Unidos para abril, ou seja, depois da premiação de Hollywood. A depender da recepção do filme no Canadá, no entanto, pode ser que a distribuidora (Fox) mude de ideia. A ver.

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