Guillermo Del Toro passou décadas desenhando sua versão de Frankenstein e definiu a produção de seu filme dos sonhos como uma escalada de um Monte Everest pessoal. Depois de tanto tempo e investimento, o vencedor de três Oscars não iria permitir que seu "magnum opus" tivesse um lançamento exclusivamente digital e lutou para garantir uma distribuição cinematográfica.
O projeto passou pelas mãos de diversos estúdios e ficou na gaveta-limbo da Universal Pictures até ser descartado. Enfim, a Netflix aceitou tocar o projeto depois que o cineasta mexicano fez sucesso de audiência e nas premiações com o stop-motion Pinóquio, cedendo um orçamento de 120 milhões de dólares para que o terror fosse desenvolvido sem interferência de inteligência artificial e o uso mínimo de CGI:
"Demorou cerca de 120 dias [para filmar] e custou cerca de 120 milhões. Seja qual for o orçamento que eu receba, sempre digo que deve parecer que custou o dobro. A Forma da Água foi feito por 19 milhões e eu queria que parecesse um filme de 50 milhões de dólares. Círculo de Fogo, que custou 190 milhões, eu queria que parecesse 400 milhões. Acho que é meu dever fiduciário como produtor, e meu dever artístico como diretor, fazer com que minhas ambições sempre excedam o orçamento", defendeu Del Toro em entrevista à Variety.
Vale notar que The Electric State, o longa-metragem mais caro da história da Netflix, custou 320 milhões de dólares e não passou nos cinemas. A ficção científica também é considerada um dos piores filmes originais do streaming e tem a pior avaliação da carreira dos Irmãos Russo.
Frankenstein de Guillermo del Toro terá o maior lançamento cinematográfico da Netflix
Netflix
O plano inicial da Netflix era seguir com uma estreia direta no streaming, mas isso mudou com o objetivo de levar o filme como seu "trunfo" na temporada de premiações de 2026. Frankenstein terá uma distribuição cinematográfica limitada após rodar no circuito internacional de festivais de cinema, algo diferencial para Guillermo:
"A experiência no cinema é muito importante. Eu acredito nisso. Mas se a escolha é entre poder fazer o filme e ter partes do lançamento nos cinemas e partes em streaming ou não fazer o filme, essa é uma decisão fácil de tomar. Para um cineasta, você quer contar suas histórias", enfatizou Del Toro.
O longa será exibido exclusivamente em salas de cinema selecionadas ao redor do mundo por três semanas antes de ser incluído na plataforma. Ainda há possibilidade dessa distribuição ser estendida após a disponibilização do título no catálogo.
Frankenstein, de Guillermo del Toro, estreia nos cinemas no dia 25 de outubro e será disponibilzado na Netflix em 7 de novembro.
