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    “Quero criar traumas, então verei”: Close é o filme indicado ao Oscar que acabou de estrear na Netflix e está destruindo corações
    Diego Souza Carlos
    Apaixonado por cultura pop, latinidades e karê, Diego ama as surpresas de Jordan Peele, Guillermo del Toro e Anna Muylaert. Entusiasta do MCU, se aventura em estudar e falar sobre cinema, TV e games.

    Representante da Bélgica em 2023, longa tem causado grandes reflexões (e ondas de choro) no público.

    Premiações como o Oscar, o Globo de Ouro e o Emmy Awards são ótimas práticas para exaltar o trabalho de inúmeros trabalhadores de Hollywood, mas também são honrarias que apresentam histórias plurais do cinema que nem sempre chegam ao público de maneira convencional. Entre tantas narrativas que fogem do mainstream, Close foi indicado pela Academia na categoria de Melhor Filme Internacional - e mesmo não vencendo, conquistou o coração das pessoas de maneira significativa.

    A trama acompanha a história de dois super próximos, Leo e Rémi, ambos com 13 anos, acabam tendo a amizade interrompida. Tentando compreender o que aconteceu, Leo fala com Sophie, mãe de Rémi. Mas tudo isso aconteceu quando eles entraram na escola. Seus colegas percebem essa intimidade, comentam e alguns perguntam.

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    Apesar de tudo, Leo parece ser o primeiro a perceber que sua relação com Rémi pode ser ruim para outras pessoas. Ele começa a evitar o contato físico entre eles na escola e também quando estão sozinhos, o que leva a uma luta de quarto que vai um pouco longe demais em uma manhã. Ele faz amizade com outro garoto e começa a jogar hóquei no gelo.

    Mas, Leo é surpreendido quando ouve notícias ruins sobre seu amigo e como ele reage pelos próximos anos. Essa não é uma história de amor, mas de pesar e como Leo processa as más notícias de seu amigo.

    Reações do Brasil e do mundo

    Netflix

    A mídia internacional se entregou ao trabalho do diretor Lukas Dhont, de O Florescer de Uma Garota. Para o Hollywood Reporter, "Dhont e sua equipe sabem exatamente como aumentar os mostradores emocionais com impressionantes lentes de hora mágica que dão a Dambrine de cabelos dourados um halo de sofrimento em contraluz enquanto ele está em campos de dálias, aquela flor gloriosamente doméstica e benevolente".

    Já o The Guardian afirma que "a história de Close é perturbadora porque, por mais que os adolescentes mais sábios sejam agora sobre a linguagem dos relacionamentos e questões LGBT, em comparação com a relativa ingenuidade de talvez 10 anos atrás, o rompimento de uma amizade intensa é chocante".

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    Lançamento original da MUBI, o filme chegou recentemente ao catálogo da Netflix e tem sido a fonte de muitas emoções na audiência do streaming. "Assisti o filme Close agora no Netflix e (...) um misto de sentimentos, ódio, tristeza, agonia e indignação", disse um usuário do X (Twitter). "Como crianças conseguem ser tão cruéis e como eu odeio bullying… chorei, mas chorei de ódio. Fica uma lição para a vida e eu acho que vou demorar a superar isso."

    "Hoje quero criar traumas, então verei Close na Netflix", disse outra pessoa na rede social. A declaração combina com a publicação de Liam, que destaca a importância do projeto como uma narrativa que precisa chegar a grandes públicos: "É destruidor, mas coloquem as famílias de vocês para assistir na Netflix. As pessoas precisam ver os impactos que a homofobia pode causar".

    Netflix

    Em entrevista ao AdoroCinema, Lukas Dhont também falou sobre a construção do longa - e como ele dialoga com a desconstrução da masculinidade:

    Como é o meu segundo filme, de várias maneiras, eu queria fazê-lo como uma peça complementar para o primeiro [Girl], que entre muitas coisas, é uma obra sobre feminilidade. Eu sabia que queria fazer, neste longa, algo sobre a masculinidade. Eu tive essa realização de estar filmando mais do que homens brigando. De estar filmando homens dando suporte um ao outro. Existia o desejo de ver intimidade nesse universo masculino.

    Quando pensei sobre as amizades jovens que tive com meninos, eu lembrei aquele momento onde, durante a puberdade, eu comecei a ter medo dos relacionamentos, porque intimidade não é algo que vemos muito entre homens. Nós colocamos que intimidade é para ser desenvolvida no sexo e não na amizade.

    Eu sinto que as mulheres têm feito um trabalho muito melhor em estar intimamente presentes umas para as outras, também porque elas receberam esse espaço. Assim, talvez o desejo político para essa história tenha surgido desse tipo de prisma muito pessoal, armazenado na história de uma jovem amizade e como vivemos em um mundo que separa esses jovens.

    Close
    Close
    Criador(es): Lukas Dhont
    Com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Emilie Dequenne
    Data de lançamento 2 de março de 2023
    Assista agora em MUBI

    Close está disponível no catálogo da Netflix e da MUBI.

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