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    Você entendeu o final de Rivais? Os próprios atores têm uma explicação para a última cena do filme
    Giovanna Ribeiro
    Giovanna Ribeiro
    -Redatora
    Aprendeu com Amélie Poulain a ir ao cinema sozinha às sextas e observar a reação do público. Mas, no fundo, queria mesmo era ser o Rocky Balboa.

    Você assistiu Rivais e está se perguntando como interpretar o final do filme de Luca Guadagnino? Os atores e o diretor respondem.

    AVISO: O artigo abaixo contém spoilers de Rivais, uma vez que discute principalmente seu final. Rivais está em cartaz nos cinemas.

    Propor finais abertos não é novidade para Luca Guadagnino. Basta (re)ver seu remake de Suspíria ou a última, longa e comovente cena de Me Chame Pelo Seu Nome, para se convencer disso. Dois longas-metragens dos quais Rivais, embora mais pop, se encontra em um mesmo nível, deixando o espectador em suspense quanto ao desfecho da história.

    Rivais
    Rivais
    Data de lançamento 25 de abril de 2024 | 2h 11min
    Criador(es): Luca Guadagnino
    Com Zendaya, Josh O'Connor, Mike Faist
    Usuários
    3,1
    Adorocinema
    4,5
    Ver sessões (54)

    Como termina Rivais?

    Intercalado com flashbacks, o final do torneio de segunda categoria entre Art (Mike Faist) e Patrick (Josh O'Connor) chega ao fim. Como seria muito fácil para um dos dois esmagar o outro com um placar de 6-0 e 6-0, o caso terminou no tie-break do último set, cujo vencedor leva a partida. E, sem dúvida, o coração de Tashi (Zendaya), que eles estão perseguindo desde o início da história.

    Só que nunca chegamos a ver o match point, porque Rivais termina antes disso. Nessa troca, Art finalmente deixa de lado seus arremessos, depois que Patrick deixa claro, com um gesto visto anteriormente no filme, que ele havia dormido com Tashi na noite anterior. A dupla vai para a rede em um confronto tão tenso quanto as cordas de suas respectivas raquetes, e se torna cada vez mais brutal e espetacular, bem ritmado pela música de Trent Reznor e Atticus Ross.

    E terminou com Art voando sobre a rede em um smash que Patrick nem sequer tentou contra-atacar. Não, ele simplesmente se aproxima de seu ex-melhor amigo e adversário do dia, para um abraço que faz Tashi pular da cadeira. Com um grito (“Vamos lá!”) que ecoa tanto o seu passado nas quadras quanto o seu incentivo para ver os dois homens de sua vida viverem de acordo com seu potencial.

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    Quem ganhou então?

    Em termos esportivos, ninguém. E isso nem mesmo é importante. Quanto ao resto, todos saem ganhando: Art recuperou sua confiança (e seu gosto pelo tênis), Patrick redescobriu o prazer de jogar com seu melhor amigo e Tashi recuperou seus dias de glória por meio de seus dois amantes.

    “Eles se encontraram no final”, esclarece Josh O'Connor à Entertainment Weekly. “Todos eles estavam procurando uma maneira de chegar lá e cometeram erros terríveis ao longo do caminho. Uma maneira de satisfazer essa necessidade, essa fome que eles têm um pelo outro. Todos eles estão tentando encontrar seu caminho de maneiras diferentes.”

    “Para Art, isso pode significar aposentar-se do tênis para estar com a família e reconectar-se com a esposa. Para Tashi, significa redescobrir a satisfação no tênis que ela perdeu quando sua carreira foi interrompida abruptamente. E para Patrick, também significa se reconectar com o sentimento que ele tinha quando jogava com Art e era mais jovem, ou quando assistia Tashi jogar naquela época.”

    Eu precisava desse momento visualmente exacerbado e altamente imersivo, para que o público entendesse que o mais importante não era derrotar o outro, mas ficar juntos novamente

    “No final, apesar de terem conseguido isso da maneira mais suja, Patrick percebe que conseguiu levar os dois até lá, esquece todos os outros no estádio e diz para si mesmo: ‘Sei exatamente como levá-lo a um ponto que satisfará a ele, a ela e a mim, então vamos em frente’.” O que nos leva àquele pequeno gesto, que o espectador percebe, e que demora uma eternidade para ser servido.

    Uma cena que não apenas ecoa a de uma sessão de treinamento anterior. Mas também ecoa a cena em que os três compartilham um quarto de hotel, cena esta, muito explorada durante a turnê promocional do filme. “Durante treze anos, eles procuraram a chance de voltar àquele quarto de hotel, para se reconectar com aqueles momentos de desejo e inocência”, acrescenta Luca Guadagnino.

    Warner Bros

    “E, ao mesmo tempo, para se sentirem confortáveis um com o outro, como eram na época. Durante todo o arco da história, é isso que eles estão tentando fazer. E, finalmente, quando a rivalidade está no auge, o triângulo se encontra na mesma posição, mas em uma quadra.” Isso explica por que o diretor não está interessado no resultado esportivo da partida. Ou quem conquistará o coração de Tashi.

    “Eu precisava desse momento visualmente exacerbado e altamente imersivo, para que o público entendesse que o mais importante não era derrotar o outro, mas ficar juntos novamente.” E, a partir daí, todos estão livres para imaginar o que acontecerá em seguida.

    *Tradução de site parceiro do AdoroCinema

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