Atualmente, a Walt Disney Company está comemorando seu 100º aniversário. Essa comemoração foi expressa, por exemplo, pelo lançamento nos cinemas do filme de animação Wish: o Poder dos Desejos, que pretende ser um tributo ao legado dos estúdios de animação.
Wish estreia nos cinemas brasileiros em 4 de janeiro de 2024, mas você não precisa esperar até lá para comemorar o aniversário da companhia. No Disney+, você encontra o melhor filme da Disney dos últimos anos para assistir com a família: Encanto, vencedor do Oscar na categoria Melhor Animação em 2022.
Encanto foi lançado nos cinemas no final de 2021, onde registrou números sólidos, mas não sensacionais. Com um orçamento de 120 a 150 milhões de dólares, arrecadou 256,8 milhões de dólares em todo o mundo. No entanto, a trilha sonora disparou depois que Encanto foi lançado no Disney+.
A música cativante “We Don't Talk About Bruno” (Não Falamos do Bruno), por exemplo, ficou cinco semanas em primeiro lugar na parada de singles dos EUA, mais tempo do que qualquer outra música da Disney antes dela.
No final, o próprio Encanto também alcançou números sensacionais. De acordo com análises da empresa de pesquisa de mercado Nielsen, o musical foi o filme mais transmitido de 2022 nos EUA. Isso é fácil de entender, pois Encanto é uma diversão mágica e emocional que fica melhor a cada exibição.
Encanto: Laços familiares, realismo mágico e músicas de sucesso
Walt Disney Company
A família Madrigal vive nas idílicas montanhas da Colômbia. Lá, o animado clã se muda para uma casa mágica que tem vida própria. Isso é muito apropriado, já que todos os parentes de sangue da matriarca Abuela têm habilidades especiais. Bem, quase todos eles.
A protagonista Mirabel é o único membro da família que não possui uma habilidade mágica. Quando ela percebe, em uma celebração de família, como é facilmente ignorada por causa de sua natureza, surgem rachaduras dramáticas no lar dos Madrigals – figurativa e literalmente.
Como nenhum outro filme recente dos estúdios, Encanto é o epítome da magia da Disney. O filme tem um visual de cores vibrantes, iluminação romântica e teatral, e um equilíbrio convincente de detalhes realistas e desenhos expressivos e caricaturais. E é incrivelmente fácil levar os personagens ao seu coração.
A família Madrigal é cheia de personagens, todos eles com uma caracterização única. Dolores, por exemplo, que é dotada de superaudição, move-se como um gato de patas aveludadas. Esses personagens alegres e calorosos cantam músicas cativantes que variam do estilo Broadway ao reggaeton da Disney, e são dotados de muita inteligência.
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É triste quando essa família se mostra incompreensiva ou até mesmo desagradável com Mirabel – ainda mais porque os cineastas demonstram um senso de observação aguçado: Jared Bush (diretor e roteiro), Byron Howard (diretor) e Charise Castro Smith (codiretora e roteiro) criam uma história que segue as regras do realismo mágico e exagera magicamente os conflitos reais.
Entretanto, a base dos conflitos é tirada da vida real e é completamente compreensível: o ciúme familiar interno, a sensação de nunca corresponder às expectativas e o desconhecimento da raiva daqueles que amamos são retratados com drama e delicadeza em Encanto.
O quanto tudo está interligado, e quão coerente e merecida é a solução dos problemas, fica mais claro a cada visualização – e a cada visualização, novas sutilezas visuais se revelam: como a silhueta de Bruno balançando ao fundo na batida da música que o abstrai antes de ele ser oficialmente apresentado a nós.
No fim, é essa qualidade, que se revela mais e mais a cada exibição, que dá a Encanto aquela pitada extra de magia e o torna o destaque da atual era da Disney.
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