O conto ‘’Com sangue’’ de Stephen King, um dos atuais mestres do terror moderno foi uma ótima ideia para adaptação da Netflix, sob direção de John Lee Hancock.
Atualmente a experiencia do cinema também se encontra no aconchego do lar, já não é vergonha dizer que assistiu ‘’Tubarão’’, clássico filme de 1975 assinado por Steven Spielberg, devorando um M&Ms no sofá da sala de televisão.
O streaming é hoje uma das formas de se apreciar o cinema. Quem diria que em algum futuro poderíamos somente apreciar filmes, como ‘’ O telefone do Sr. Harrington’’ somente pelo aconchego de nossos sofás!?
Talvez estivesse em algum sci/fi de James Cameron, mas sinceramente, eu não me lembro em qual.
Pois ‘’O telefone do Sr. Harrington’’ parte desta interação cinematográfica, com uma grande aposta da Netflix em trazer um conto ingênuo e entroncado, sobre o relacionamento de Craig com o temido e afortunado Sr. Harrington (belamente construído por Donald Sutherland).
O relacionamento através dos livros vai se tornando cada vez mais apavorante, quando cada moral dos enredos dos livros, vão se tornando aterrorizantes.
Um novo celular nas mãos de Craig, dado de presente pelo então generoso Sr. Harringtan, leva a trama a uma direção, digamos, ‘’onde será que este filme vai nos levar?’’
Do mesmo diretor de Fome de Poder (o péssimo título em português para The Founder com Micheal Keaton) John Lee Hancock, tudo o que a trama vai trazendo como um longa interessante cheio de mistérios, suspenses, nos deixando com vontade de levar um susto no final, perde seu encanto com a revelação final.
Fiz esta exceção as regras das minhas resenhas cinematográficas, de dar spoiler e revelar que o personagem morre no final (ou será que não?), só para afirmar que o melhor de viajar a praia não é a praia, mas as paisagens no caminho, as rodoviárias e as árvores.
A dupla Jaeden Martell e Donald Sutherland contracenam muito bem, dando uma atmosfera para o thriller de inocência, mas não se enganem, é um conto assinado por Stephen King.
Não sei se o longa será lembrado pelas gerações atuais, já que não é vibrante como as readaptações de IT a coisa, ou outro longa famoso como ‘’A espera de um milagre’’ ficaram para a eternidade, mesmo assim, neste conto de Stephen King, sutil e sensível não ao terror, mas as emoções, comove a plateia com as sutilezas de um roteiro reescrito com fidelidade as raízes literárias.