Edward é uma criação inacabada, seu pai-inventor morreu antes de lhe dar mãos, no lugar delas, tesouras. Edward Mãos de Tesoura (1990), primeira parceria entre Tim Burton e Johnny Depp, remonta os clássicos da literatura Romântica, como Frankenstein, de Mary Shelley, ou o clássico conto de fadas A Bela e a Fera, escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, em 1740.
Edward é uma figura estranha, grotesca, que causa muitas vezes aversão. Isolado, vive na solidão de seu mundo esculpindo o jardim do castelo onde mora. Descoberto por uma revendedora de Avon, muda-se para a cidade. Desde então, passa a viver aventuras, é amado e perseguido.
Apesar dessa aparência um tanto esquisita e assustadora, Edward revela-se uma pessoa muito dócil e amorosa, assim como o monstro de Victor Frankenstein, ele encontra o que, inconscientemente, sempre buscou: uma pessoa amada.
O filme carrega um clima sombrio, assustador, gótico, típico enredo de uma história do Ultrarromantismo em que a criatura, o feio, o grotesco apaixona-se pelo belo, a garota idealizada, sinônimo de perfeição e pureza.
É uma história para reavivar nossas esperanças e sonhos para aquilo que desejamos. A buscar sempre o que mostra nosso coração, independente da sociedade na qual vivemos.