A policial Rosa Chumbe (Liliana Trujillo) é apresentada como um corpo se deslocando pela cidade. Não apenas qualquer cidade, mas o centro popular de Lima. Rosa passa pelos centros comerciais, vielas escuras, barracas de comida, estações de trem, ônibus lotados. Sem pronunciar uma palavra sequer, o filme a insere num caos urbano asfixiante, repleto de vozes, ruídos, cheiros, cores, texturas. Rosa é uma anônima na multidão, uma presença qualquer entre tantas pessoas semelhantes. A porta de entrada para o drama é sua configuração espacial, sua infinidade de estímulos. Rosa torna-se produto de uma cidade agressiva e massificante.Em seguida, conhecemos efetivamente a vida da protagonista, uma espécie de consequência direta do caos urbano. Rosa leva uma vida solitária, dividindo o pequeno apartamento com a filha Sheyla (Cindy Díaz), com quem não se entende bem, e com o filho recém-nascido dela
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