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    Coringa
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    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.427 seguidores 457 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 2 de outubro de 2022
    Coringa (Joker)

    Lançado em 2019, "Coringa" foi dirigido e produzido por Todd Phillips (diretor e roteirista da trilogia "Se Beber, Não Case!"), que co-escreveu o roteiro com Scott Silver (roteirista da obra-prima "O Vencedor", de 2010). O filme é baseado no personagem da DC Comics, sendo estrelado por Joaquin Phoenix como o Coringa e fornece uma possível história de origem para o personagem. O longa é situado em 1981 e segue a trama de Arthur Fleck (Phoenix), um palhaço fracassado e aspirante a comediante cuja queda na insanidade e no niilismo inspira uma violenta revolução contracultural contra os ricos em uma Gotham City decadente.

    Temos aqui uma verdadeira revolução dentro do universo cinematográfico do Coringa que já conhecemos, pois de fato este filme não tem ligações com as outras versões do personagem vistas anteriormente no cinema. O maior trunfo do longa é sem dúvidas o roteiro, pois Todd Phillips e Scott Silver tiveram uma licença poética, uma liberdade criativa, uma nova maneira de contar as origens do personagem. Por outro lado o roteiro também aborda uma nova forma em nos ambientar sobre uma Gotham City menos dark, menos obscura, menos sombria (como vimos recentemente em "The Batman"), mas totalmente desiquilibrada e decadente.

    Outro grande acerto de Phillips e Silver foi todo o estudo de personagens dos anos 70, o que também levou às suas inspirações em obras daquela década como o clássico "Taxi Driver" de Martin Scorsese (que estava inicialmente ligado ao projeto como produtor), que também abordava uma cidade decadente em um filme urbano - além de mais inspirações em obras do Scorsese como "O Rei da Comédia" (1982). Por outro lado o filme adapta vagamente elementos da trama de "Batman: The Killing Joke" (1988), mas Phillips e Silver não buscaram inspiração em quadrinhos específicos.

    O longa de Todd Phillips traz um estudo aprofundado no suspense psicológico, no drama, nas variadas vertentes do ser humano, em suas camadas, suas facetas, tudo que lhe é composto e definido diariamente em sua vida. Aqui temos a abordagem da vida de Arthur Fleck desde o isolado, o intimidado e desconsiderado pela sociedade, o fracassado comediante que inicia seu caminho com uma mente perturbada e criminosa, cuja sua ação inicia um movimento popular contra a elite de Gotham City. Toda trama é relatada sob o ponto de vista de uma personalidade que sofre de problemas mentais, desprovido de habilidades sociais e que não faz questão alguma de nos apresentar a verdade dos fatos.

    O longa aborda exatamente esta "síndrome pseudobulbar" desenvolvida pelo Arthur - uma doença caracterizada por riso ou choro descontrolado e que surge por diferentes razões. Dois principais fatores que provavelmente contribuíram para sua condição foram a falta de afeto pela ausência do pai e os maus tratos na infância. Pois ao longo da trama descobrimos que muito do que o Arthur desenvolveu foi pelo fato de todo abuso e violência sofrido pelo pai e muitas coisas herdada da própria mãe, que foi diagnosticada com psicose delirante e distúrbio de personalidade narcisista, onde colocou a vida do próprio filho em perigo. O que também está ligado diretamente como o fato dos ataques de riso incontroláveis e sem motivo aparente, que de fato é o sintoma de uma série de condições médicas e, no caso do Arthur, pode ser uma "crise de epilepsia gelástica".

    "Coringa" ainda abre espaço para uma crítica ácida e pertinente sobre a sociedade atual em que vivemos, onde só os ricos são notado por um sistema totalitarista e autoritário. Além da crítica de forma enfática a ausência do Estado nas periferias, a negligência e descaso com pessoas com transtornos mentais (como vimos no filme com o corte da verba do tratamento do Arthur), a facilidade do porte de armas, e um empoderamento perigoso que é, sim, capaz de corromper muita gente (como corrompeu o próprio Arthur). O longa traz uma efervescência política, uma anarquia, toda uma abordagem daquela decadente Gotham City que explicitava toda aquela aversão dos pobres com os ricos ao ponto da população apoiar um palhaço (que foi o assassino) para prefeito ao invés de Thomas Wayne (Brett Cullen).

    Toda essa abordagem corrobora com um subtexto político em torno da transformação de Arthur Fleck no Coringa. Era como se morresse o Arthur e nascesse o Coringa, pois de fato temos a construção de um psicopata que é feita por sintomas que não coexistem num transtorno real. Ele pode ser pueril, como alguém com retardo, mas é capaz de insights poderosos sobre sua condição individual e social. O Coringa não se encaixa na sociedade, ele é corrompido por ela, ele vive em um nível de loucura que não serve como catarse, onde ele é doentio e não vê problema algum em ser extremamente violento. Além da situação de pobreza, que piora quando ele é demitido, ele também é obrigado a encarar a discriminação diária, o que atinge cada vez mais os seus distúrbios mentais, provocando toda onda de violência e caos. Posso afirmar que a própria sociedade transformou o Arthur Fleck em o Palhaço do Crime muito por falta de oportunidades, empatia, atenção, compaixão, pois ele mesmo afirma que a pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não tivesse.

    O Coringa já foi interpretado por vários atores em diferentes ocasiões ao longo de sua vasta história. Nomes como Cesar Romero, Jack Nicholson, Mark Hamill, Cameron Monaghan e Jared Leto já viveram o clássico personagem da DC. Além do mais icônico até hoje, vivido por ninguém menos que o eterno Heath Ledger. O Coringa de Ledger era mais visceral, mais anárquico, mais apoteótico, mais Palhaço do Crime, já o Coringa de Phoenix é mais obscuro, mais sombrio, mais sofrido, mais injustiçado, uma coisa mais escultural, mais artesanal. E era exatamente esse o maior desafio que Joaquin Phoenix iria enfrentar ao decidir reviver um personagem que foi imortalizado e eternizado pela interpretação estupenda de Heath Ledger.
    Porém, devo dizer que Joaquin Phoenix ("Gladiador" e "Sinais") conseguiu marcar o seu nome na história do Coringa com muita dignidade e muita mestria. Pois aqui temos uma interpretação do Coringa diferente de tudo que conhecemos e tudo que já vimos do personagem. Phoenix fez um trabalho grandioso, monumental, conseguindo empregar a sua forma única e autêntica no personagem, com um trabalho primoroso, peculiar, multifacetado, nos elevando para um tom mais cômico onde a comédia era subjetiva, pertence ao domínio de sua consciência - fantástico!
    Além de tudo, Joaquin Phoenix se entregou de corpo e alma para viver o personagem, pois o próprio revelou que achar a risada do personagem foi a parte mais difícil de sua performance, e que para aperfeiçoá-la, se baseou em "pessoas que sofrem de risadas patológicas". Outra grande entrega se deu ao fato de Phoenix se submeter a perder cerca 23,5 quilos, indo de 81kg para 56,5kg em quatro meses. Phoenix contou com ajuda médica para emagrecer e fez uma dieta rigorosa - realmente era muito nítido o quanto ele estava magro em cena. Joaquin Phoenix ganhou tudo que foi indicado naquele ano, incluindo merecidamente o Oscar de Melhor Ator.

    No elenco ainda tivemos o grande Robert De Niro ("O Irlandês"), que deu vida ao Murray Franklin. Um apresentador de talk show que desempenha o papel principal na queda de Arthur, sendo o verdadeiro estopim, a verdadeira faísca para transcender toda fúria que estava guardada dentro dele. Frances Conroy ("American Horror Story") como Penny Fleck, a mãe de Arthur. Uma figura extremamente importante para todo o processo pelo qual o Arthur foi submetido a passar em sua vida. Zazie Beetz ("Deadpool 2") como Sophie Dumond. Uma mãe solteira e o interesse amoroso de Arthur (que me deixou bastante intrigado com o seu desfecho final).

    Tecnicamente e artisticamente "Coringa" é uma obra-prima!
    A direção de Todd Phillips é impecável. A trilha sonora de Hildur Guðnadóttir ("Sicario: Dia do Soldado") é sublime e peculiar, principalmente por dar ênfase na maior parte do tempo na decadência de Arthur Fleck. A fotografia é avassaladora, conseguia transcender com muita propriedade cada acontecimento da trama unicamente pelos ângulos fotográficos - mais uma vez eu cito "Taxi Driver", por sua fotografia urbana. A direção de arte é absurda, e muito pelo fato do filme ter sido ambientado no fim da década de 70 e início dos anos 80, que deu um vislumbre para cada detalhe em cena, como os próprios cenários, que trouxe uma riqueza incrível para a obra. Além, é claro, o filme é muito bem montado, muito bem estruturado, muito bem editado, tudo muito bem arquitetado.

    "Coringa" ganhou o Leão de Ouro no 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza. No Oscar 2020, "Coringa" liderou com 11 indicações - sendo Melhor Filme, Ator, Fotografia, Figurino, Direção, Edição, Cabelo e Maquiagem, Trilha Sonora Original, Edição de Som, Mixagem de Som e Roteiro Adaptado, vencendo em Melhor Ator para Joaquin Phoenix e Melhor Trilha Sonora para Hildur Guðnadóttir. Além de ter sido o segundo filme de HQ indicado na categoria de Melhor Filme, depois de "Pantera Negra" ter recebido indicação no ano anterior. Uma sequência intitulada "Joker: Folie À Deux" ("Coringa 2") será lançada em 4 de outubro de 2024, com Todd Phillips retornando para a direção e estrelado por Joaquin Phoenix e Lady Gaga.

    "Coringa" é um filme cru, seco, niilista, intrínseco, tendencioso, individual, peculiar, pertinente, que nos relata como uma sociedade decadente tem o poder de causar distúrbios mentais em uma pessoa e transformá-la em um vilão, ou em uma vítima.
    O longa de Todd Phillips entra no hall das melhores adaptações de HQ's de todos os tempos, juntamente com obras como "Homem Aranha 2", "Batman: O Cavaleiro das Trevas" e "Vingadores: Ultimato". Também ficará marcado pela interpretação majestosa de Joaquin Phoenix como Coringa, que pra mim está em pé de igualdade com a versão lendária de Heath Ledger.
    "Coringa" é o melhor filme da DC/Warner. A sua verdadeira obra-prima incontestável!

    "Só espero que minha morte faça mais sentido do que minha vida"
    [01/10/2022]
    PEPINO BATATA 105
    PEPINO BATATA 105

    15 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 20 de setembro de 2022
    Que belo filme, só tenho uma coisa a dizer Joaquin Phoenix está maravilhoso no papel ele mergulhou de cabeça no personagem, estou aguardando o 2
    André Ferreira
    André Ferreira

    12 críticas Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 30 de abril de 2022
    Um dos piores filmes que já assisti. Óbvio, tosco e sem nexo do início ao fim. Se você está farto de filmes sem histórias, não assista
    Mirelly Almeida
    Mirelly Almeida

    8 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 20 de abril de 2022
    vejo muitas pessoas que assistiu, e por incrível que pareça não gostou tanto, mas eu tenho outro pensamento. esse filme é tocante, ele te faz refletir sobre muitas coisas, e principalmente como um transtorno psicológico, pode afetar sua vida. acho ele muito bom.
    X¹³
    X¹³

    3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 11 de abril de 2022
    Um espetáculo! O roteiro é muito bem trabalhado, o filme consegue nós colocar contra nós mesmo, ele nós faz pensar o quão nossa sociedade é triste e arruinada. Sem sombra de dúvidas um dos melhores e maiores filmes que já vi, bastante reflexivo e com diversas críticas cirúrgicas. A atuação de Joaquim Phoenix é algo de outro mundo, em suas ações conseguimos sentir tristeza, ódio, e desespero. O filme consegue ser perfeito até pra quem não entende a história do coringa, com certeza é o melhor filme de H.Q que existe, dificilmente um dia será superado.
    Danny Sincerona
    Danny Sincerona

    28 seguidores 193 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 28 de março de 2022
    O filme é realmente muito bom e tem uma grande dose de drama, bem ao estilo Coringa.
    Ele se baseia bem no momento em que Artur começa a se transformar transformar um dos piores inimigos do Batman.
    Não é um filme cheio de ação, na verdade é bem parado, mas mesmo assim é uma história que se passa muito rápido, mesmo com duas horas de filme.
    valmyr b
    valmyr b

    38 seguidores 240 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 27 de março de 2022
    Não à toa, Joaquin Phoenix venceu o Oscar de melhor ator! Que atuação soberba! Que carisma! Que domínio de cena! E de quebra, a presença "luxuosa" de Robert de Niro. O filme é um tratado de sociologia perfeito, com investidas no campo da psiquiatria. E Phoenix - com seu Coringa - nos presenteia com uma das atuações mais perfeitas, carismáticas e profundas de Hollywood em todos os tempos. A viajem pelo ponderável, com o paralelismo entre a origem do vilão, e a loucura de sua mãe "adotiva", com a possibilidade de ele ser filho do magnata Wayne, e portanto meio-irmão de ninguém
    menos que o Batman, foi sensacional. Essa é uma proposta que inclusive enriquece as origens do Homem-morcego. Filme para ser revisto várias vezes! Cinco, seis, dez estrêlas!
    Avaliador
    Avaliador

    13 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 7 de fevereiro de 2022
    Superestimado, um roteiro fraco, enredo fora de contexto e com muitos furos. A única coisa que salva é a atuação de Joaquin Phoenix o resto do filme é totalmente sem sentido.
    naked mohican
    naked mohican

    8 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 30 de janeiro de 2022
    Eu fui assistir O Coringa esperando ver um bom filme, mas vi uma obra prima. E olha que sou critico e sempre dou os meus pitacos. Mas desta vez não. E é tão bom quando a gente se surpreende positivamente. Respeito quem não gostou do filme, ainda bem que gosto...cada um tem o seu (risos). Só uma coisa me chamou a atençao em algumas coisas que li...disseram que o filme não é legal porque"pode ser uma influencia ruim" E o que passa na tv? Princpalmente as mazelas da politica? Não vou entrar neste assunto, pra nao me estender muito. Mas é curioso como certas pessoas "pensam". Voltando ao filme, um personagem de Quadrinhos trazido para a vida real. Perfeitamente palpável. Um roteiro interessante com um final anarquista. Fotografia, trilha,atuação...e o que foi a atuação de Joachin Phoenix? Que preparação do papel! A risada, a dança... ah... deixa...ainda há de se falar muito do filme.
    Rômulo L
    Rômulo L

    215 seguidores 261 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 16 de janeiro de 2022
    Filme com teor de carga emocional muito forte que abre novo cânone para Origem do Coringa. Você não pode dizer que elas não são más. Elas vêm de uma alma danificada.
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