Minha conta
    Free Guy - Assumindo o Controle
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Free Guy - Assumindo o Controle

    Aventura fora dos padrões

    por Kalel Adolfo

    Já acostumado a comandar obras fantasiosas como Uma Noite no MuseuGigantes de Aço e até mesmo Stranger ThingsShawn Levy retorna às telonas com Free Guy - Assumindo o Controle, estrelado por Ryan Reynolds (Deadpool), Jodie Comer (Killing Eve), Taika Waititi (O Que Fazemos nas Sombras) e Joe Keery (Stranger Things). Assim como as produções anteriores de Levy, o filme oferece uma proposta que, além de divertir, proporciona inovações e reflexões que ultrapassam a esfera da aventura.

    Free Guy funciona por ter uma trama criativa com coração

    Free Guy - Assumindo o Controle possui uma proposta surpreendentemente criativa: nela, um caixa de banco vive uma rotina previsível, sem grandes ambições. Porém, após ser vítima de um assalto a banco, o protagonista decide reagir ao crime e acaba descobrindo que faz parte de um videogame de mundo aberto. Portanto, toda a sua realidade é uma grande farsa.

    A partir daí, ele se rebela contra o sistema que o criou, e ao mesmo tempo, percebe que é o único com o potencial para salvar aquele mundo.

    A justaposição entre o mundo verdadeiro e artificial dos games é tão bem desenvolvida no projeto que, durante toda a experiência, nós acreditamos — e nos importamos bastante — com a realidade tecnológica de Guy. Mesmo que tudo aquilo seja gerado por computadores, é impossível não se conectar emocionalmente com o que está acontecendo.

    Além disso, a proposta fantasiosa esconde raízes muito mais profundas, já que reflete sobre os perigos de não questionarmos a nossa realidade. A ausência de curiosidade — especialmente na vida adulta — pode nos inserir em uma rotina sufocante e até mesmo prejudicial.

    O plot no segundo ato de Free Guy — quando Millie e Keys descobrem que Guy é, na verdade, uma inteligência artificial que alcançou vontade própria — também é provocativo. Se nós acreditamos que somos verdadeiros, o que nos diferencia de máquinas que possuem a mesma consciência de serem autônomas e reais? Oferecer todos esses pontos em uma narrativa de comédia — sem soar pretensioso ou bagunçado — é um dos trunfos do longa.

    Jodie Comer é o grande destaque do filme

    Taika Waititi e Ryan Reynolds são grandes monstros da comédia. Não é novidade que os astros dominam a arte do improviso, e possuem um carisma natural capaz de potencializar o humor em seus papéis. Porém, é Jodie Comer quem merece todos os créditos nesta produção.

    Conhecida especialmente por papéis mais sérios — como em Killing EveThe White Princess — a atriz britânica escapa de sua zona de conforto e interpreta não apenas uma, mas duas personagens distintas e absolutamente hilárias. Junte isso a suas inúmeras sequências de combate, e é impossível não afirmar que a estrela excedeu todas as expectativas neste filme.

    Mundo construído em Free Guy é engenhoso

    Por mais que tenha uma proposta engenhosa, Free Guy nunca soa pretensioso. O tom do longa é majoritariamente divertido e o ritmo é sempre empolgante. Tudo isso é ainda mais favorecido pela construção do mundo, que recria até mesmo modos de partida do aclamado game Fortnite. O cuidado com os aspectos do universo gamer — como as skins e a ascensão de níveis — também impressionam.

    Projeto é limitado por conta de seu gênero

    Todas as discussões oferecidas em Free Guy acabam permanecendo apenas na superfície. Há outras produções focadas no público familiar que conseguem desenvolver melhor as discussões emocionais e sociais do que o longa de Shawn Levy. Porém, a falta de aprofundamento é sempre compensada pelos grandes níveis de inventividade do projeto.

     

    Quer ver mais críticas?

    Comentários

    • Fábio M.
      Excelente filme, com muita diversão e também reflexão sobre nossa existência...
    • Vinicius de sousa
      Filme ótimo vale cada centavos.... mas não assisti
    Back to Top