"Roma" expressa em sua técnica o mais puro frescor de cinema ao demonstrar a magnitude magnifica do conidiano entrelaçando ao drama e desespero, é um soco no estomago que fica mais forte devido a sua beleza intrínseca, uma expressão artística financiada pelo Netflix e dirigida por Cuaron, diretor mexicano multi premiado por outras obras, como "gravidade" e "Filhos da esperança".
"Roma" tem um roteiro cirúrgico e quase imperceptível, pois somos colocados sob um ponto de vista pouco usual do cinema, a empregada domestica, e a partir dela formamos nossa pintura da obra, vamos ganhando experiencias, absorvendo os dramas, choques e ecantos, sempre com uma narrativa linear que pouco se preocupa com ritmo ou entretenimento.
Falar sobre a moral de seu roteiro e obra é algo quase inadmissível, pois roma contempla uma visão e diversas ramificações e nesse ponto ele consegue ser magico, pois não sentimos a falta de aprofundamento sobre tramas tocadas, pois estamos presos apenas ao olhos de Cléo e seu mundinho, ou seja, a proposta de Cuaron de explanar suas memorias passadas funciona perfeitamente a obra, e estamos tão encantados com o filme da vida, que pequenos detalhes não importam mais.
Em termos técnicos "Roma" é primoroso, e é difícil falar sobre todas as suas virtudes em um texto só, mas não podemos deixar de citar os pontos mais imponentes, começando por sua fotografia, que consegue exaurir algo único e quase filosófico, pois a grandiosidade da mesma contrapõe em cenas simples do cotidiano, é como exprimir o grandioso do cotidiano, uma odisseia de algo corriqueiro, e quantas vezes nós estamos apenas cuidado das nossas vidas enquanto coisas magnificas acontecem ao redor? a fotografia de roma ultrapassa as barreiras da técnica ao destacar tais pontos. outros pontos, como sua trilha sonora, sua composição de cenário, caracterização dos anos 70 que são impecáveis além do exímio design de produção.
Yalitza Aparicio encanta a todos em sua primeira atuação pro cinema, a jovem consegue transpor algo de real a sua personagem, sua pouca experiencia mas muito profissionalismo causa uma sensação de reconhecimento ao telespectador, que depois se soma a luto, compaixão e amor. Mariana De Tavira está otina nos momentos que é exigida, e faz uma personagem centrada e completamente desesperada e combatente quando é precisa, sua beleza contrapõe a sua raiva que resultam em grandes subtramas ao decorrer da obra, alem dos momentos de alivio cômico. Jorge antônio é outro personagem bom do longa, pois ele é o pivo de alguns acontecimento e seu personagem é extremamente marcante, mesmo sem ter nem 5 minutos de tela.
No fim, cuarón consegue algo único novamente, a união de sentimento e técnica que desabrocha no melhor filme do ano, um filme que tem tudo que uma grande obra precisa, e ainda causa reflexão e sentimentos conflituosos, a maior injustiça do óscar em 2019. Porém é um filme que merece ser assistido e contemplado por todos.