No ano de 1857, o Professor James Murray (Mel Gibson) assumiu o projeto de compilar aquele que era considerado o maior desafio literário do mundo: o Dicionário de Oxford. Durante as complicadas buscas por informações confiáveis surge o Dr. William Chester Minor (Sean Penn), contribuindo com uma quantidade absurda de verbetes, mas que tem em seu histórico a complicada condição de criminoso detido em um asilo. A mescla de loucura, obsessão, genialidade e dedicação fazem destes dois homens obstinados por algo até então considerado impossível.
Inspirado pela realização de um feito histórico, O GÊNIO E O LOUCO entrega ao expectador um filme com uma temática complicada, mas que se sustenta bem graças à perspicácia do roteiro em entregar algo que mistura a laboriosa vida pessoal dos personagens com seus objetivos. Essa mescla que, associada às interpretações monstruosas de Mel Gibson e Sean Penn, por si só já rendem entretenimento dos mais prazerosos do ponto de vista intelectual.
A mistura de elementos dramáticos com áreas da psicologia soam de forma natural no delicado contexto em que se insere o personagem William, tendo seu ápice com a perfomance de Penn, tanto física quanto interpretativa. Gibson também entrega um personagem com uma grande obstinação que, mesmo freado pelos burocratas e incrédulos de Oxford, segue austero e decidido em seu objetivo quase desumano.
Sob o comando seguro do iraniano Farhad Safinia e com uma ambientação de época magnífica, O GÊNIO E O LOUCO é um filme que será apreciado por poucos, mas que ilustra as potencialidades do cinema em mostrar aspectos que muitos desconhecem da história literária. É uma produção com certos pecados, entretanto, surgem pequenos ante a grandiosidade impelida a este fantástico filme.