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    Três Anúncios para um Crime
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Três Anúncios para um Crime

    Mildred Hayes. Guardem esse nome.

    por Renato Hermsdorff

    Mildred Hayes. Guardem esse nome. Seria lindo se, num futuro não muito distante, o rosto de Frances McDormand na pele da personagem fosse estampado em canecas, camisetas e afins, cultuado como um ícone do cinema... indie (na falta de uma palavra melhor) - tal qual o Jeffrey "the dude" Lebowski (Jeff Bridges), do filme dos irmãos Coen.

    Não que sejam papéis parecidos (nem de longe), mas ambos guardam uma força magnética (e um tanto surrealista) digna de admiração. O trabalho que a atriz faz em Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (que título, minha gente, que título!) é simplesmente inesquecível.

    O nome do novo filme do diretor Martin McDonagh (Na Mira do Chefe, de 2008) é quase um storyline. Ou, pelo menos, um gatilho para a ação. Os três outdoors que beiram a estrada por onde quase ninguém passa na cidade de Ebbing, no Missouri, Estados Unidos, foram alugados por Mildred.

    Eles estampam mensagens que questionam a preguiçosa polícia local (em especial o xerife Bill Willoughby, vivido por Woody Harrelson) a respeito das investigações da morte da filha dela, estuprada enquanto era assassinada. Ocorrido há sete meses, na linha cronológica do filme, o caso continuava sem "novidades".

    O tema é pesado, mas pontuado por um poderoso humor negro - mais uma característica, aliás, da obra dos irmãos Ethan e Joel Coen (de quem, aliás, McDormand é esposa). A comparação é inevitável, mas não quer dizer que Three Billboards... não caminhe com as próprias pernas.

    A partir de uma ideia bem simples, o roteiro, original, assinado pelo diretor, encadeia uma série de sequências tão absurdas, como surpreendentes. Mas elas só se tornam críveis porque são executadas por personagem ricos, que fogem do maniqueísmo do mocinho(a)/ vilão.  Alguns deles, que parecem se conhecer há séculos, por sinal, desde já, mereciam um spin-off.

    Do agridoce Willoughby (Harrelson), passando pelo policial desmiolado Jason Dixon (Sam Rockwell, uma revelação, se é que se pode pôr nestes termos), até o exibicionista Charlie (John Hawkes), ex-marido de Mildred, há todo um substrato psicológico na construção desses coadjuvantes, que instigam o espectador a querer saber mais deles.

    Mas o grande destaque é mesmo Mildred Hayes/ Frances McDormand. Concebida como uma mulher durona, implacável, ora vulgar e, ainda assim, justa e, até certo ponto, amorosa, trata-se de um personagem nada óbvio. E estranhamente cativante. Na boca da atriz, o texto flui de maneira assustadoramente natural. Por trás das rugas de McDormand, é possível compreender cada sentimento pelo qual Mildred passa. Ainda que não o expresse verbalmente.

    Produção mais “madura” da carreira de Martin McDonagh, Three Billboards... é um divertido faroeste contemporâneo. Um conto de vingança que tangencia a hipocrisia de uma cidade pequena, mas que tem a generosidade de deixar o julgamento moral para o público. Diretor também de Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2012), McDonagh deveria diminuir o intervalo entre seus filme. Ou não.

    Filme visto no 42º Festival de Toronto, em setembro de 2017.

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    Comentários

    • Eric
      O filme fala sobre perdão também, perdoa ele.
    • LuH Gily
      Eu vendo os comentários percebo que muita gente não entendeu bem sobre do que o filme se trata, achando que ele se trata (ou deveria se tratar) sobre o preconceito e coisas afins. Não é sobre lacração ou qualquer outra crítica social, nem sobre vingança. É como diz na crítica, não é um filme onde tem o mocinho ou um vilão. Não é um filme onde o foco dele é nas investigações sobre o caso do assassinato nem sobre eu tenho que pegar esse maldito assassino (apesar de dar a entender isso). Inclusive se você espera que esse filme seja sobre investigações policiais, vingança pela morte de alguém e várias cenas de ação e porradaria, não assista o filme, ele não é para você. O filme é basicamente sobre o impacto que uma simples ação da personagem Mildred causa na vida das outras pessoas de uma cidade no interior de Missouri. E se você está preocupado com o tema preconceito sendo abordado no filme, a história não se passa em uma cidade utópica onde o preconceito não existe, ela se passa em uma cidade interiorana onde o preconceito ainda perdura, o que é algo bem fiel à realidade do nosso mundo.
    • Russo
      O Filme é um retrato fiel do que é o Missouri. E o Sr. esta o chamando de lixo porque não tem a devida capacidade cognitiva para entende-lo. Em nenhum momento o roteiro mostrou textos preconceituosos, muito pelo contrário. O fato do Sr. não conseguir enxergar que a obra têm de retratar todas as cenas como se estivéssemos vendo a vida real não significa que o filme é perda de tempo e sim, que o Sr. não tem as ferramentas necessárias para interpretar tamanha mensagem exposta pelo autor.Quanto ao fato da protagonista chutar as partes intimas de duas crianças de mais de 15 anos de idade, acredito eu que caso o Sr. tivesse uma filha, e caso ela fosse estuprada, queimada e assassinada , e caso passassem mais de 7 meses e a policia local da região (que perde tempo perseguindo negros) ainda não tivesse encontrado o assassino, e caso o Sr. tentasse desesperadamente encontrar o assassino estuprador de sua filha e todos na cidade, com seu apontamento hipócrita jogassem uma lata no seu carro, acredito eu que sua reação não seria a de pedir por favor as crianças para não fazer aquilo, não é verdade?Nas linhas as quais o Sr. expressa sua total repulsa ao filme, podemos ver o tamanho de sua ignorância, talvez por falta de empatia, ou apenas por ser uma pessoa ruim, porém, não cabe a mim julgar o Sr., apenas quero deixar aqui bem claro, que Horrível é ficar de braços cruzados ou até mesmo ver uma injustiça e não se indignar meu caro.Por fim, a todos que ficaram curiosos, assistam ao filme, e vejam com lentes mais detalhadas e críticas, e não apenas com a visão do senso comum, que cega e limita aqueles que se contentam com o óbvio.Boa noite...
    • Peter Spielberg
      Kkkkkkkkkk
    • Peter Spielberg
      Nunca viu filme bom na vida
    • Peter Spielberg
      Me admira de um maluco feito vc saber escrever.
    • Peter Spielberg
      Olha o corona
    • Peter Spielberg
      Esse comentário é uma mistura de pessoa depressiva com loucura.
    • Peter Spielberg
      Vai dormir tio
    • Grazielli Estrada Vieira
      É um filme pra ser assistido por quem procura uma arte, alguma referência nova, se quer destaque , cena de violência, como vi muitos comentários, pessoas esperando em ver alguma ação, esse filme não é para vocês. É feito para pessoas que gostam de absorver algo, em uma fala específica, em alguma cena , ou a quebra de algum pré -conceito já estabelecido por outros filmes. Realmente uma surpresa , quem nós achavamos que deveriamos culpar ao longo do filme , vimos nas entrelinhas que ele não é menos vítima do que o crime que está tentando decifrar. As entrelinhas são as melhores, que nos deixam com pulga atrás das orelhas, faz com que queiramos mais da história. Me surpreendeu realmente, até hoje não tinha visto, por achar que fosse ser violento, mas não. Vale muito a pena!
    • Enio M.
      As pessoas elogiando este lixo ??? Pelo amor de Deus. Pura perda de tempo. Sem argumento, pura enrolação. A protagonista da chute no meio das pernas de duas crianças na frente da escola, põe fogo na delegacia. Textos preconceituosos, desprezo com os dentistas, chamam México de inferno. Misoginia por toda parte. Horrível.
    • Rafael
      Demorei muito pra ver esse filme. Sinceramente não sei o motivo. E é sensacional, eu deveria ter visto antes, no cinema.
    • Roberto Gilnei Jr.
      A Fórmula da Água é anos-luz melhor que esse filme.
    • Roberto Gilnei Jr.
      Pra não dizer que eu não gostei de nada do filme, no único momento bom, um desconhecido entra no local de trabalho da protagonista e a ameaça. Ali eu vi o único momento de tensão legítima no filme. Mas dura apenas 1 minuto, ante exaustivas 1 hora e 55 minutos de filme.
    • Roberto Gilnei Jr.
      Acabei de ver esse filme: um dos piores que vi em toda minha vida!1 - Atuações caricatas: nenhuma se salva. O que é a mãe do policial? Parecia o Imperador Palpatine dando dicas sobre todas as maldades do universo possível ao filho. E a protagonista? É até incrível que tenha conseguido um Oscar com uma atuação robótica dessas (não consegui me comover com a perda da filha, já que ela a maior parte do tempo é a fodona que não tem medo da justiça). Me faz pensar que o Arnold Schwarzenegger é um injustiçado pela Academia.2 - Roteiro fraquíssimo: decidiram lacrar contra religião, racismo e homofobia, sendo que não tem relação alguma com o tema principal do filme. Ironicamente, o feminismo, que teria mais a ver, já que trata de um homicídio brutal contra uma mulher, não foi abordado (pelo contrário, mulheres são constantemente chamadas de vadias). Tiveram que ler três cartas integralmente para encher linguiça no roteiro. Personagens que estão coincidentemente no mesmo local (o que acontece várias vezes no filme). E a investigação do crime, que poderia trazer um pouco de inteligência para o filme, fica para segundo, terceiro, quarto plano... O drama principal acaba perdendo espaço em boa parte do filme para a doença do chefe de polícia (mais encheção do fraco roteiro).3 - Momentos contrangedores: é o que não falta. A polícia foi tratada como o cocô do cavalo do bandido. Autoridade não existe: é filho desrespeitando a mãe, é o policial sendo esculachado. A protagonista cometeu vários crimes (desacato, lesão corporal, depredação de prédio público) e não foi presa, como se tudo justificasse a perda da filha. Teve um momento em que a mulher tá sendo estrangulada, e o filho com uma faca no pescoço do pai agressor... e aí entra uma guria irritante, em um momento que era para ser engraçado (e não foi) e acaba com qualquer tensão. E o 'diálogo' das pantufas em um momento que era para ser dramático? E a surra por causa de uma latinha? E o estuprador falando bem alto para todo mundo ouvir dentro de um bar (assim como a filha saindo no dia do crime e anunciando 'olha mãe, vou ser estuprada')?Filme desnecessário para tentar desmoralizar a polícia e seu trabalho.
    • Fernando
      O filme é bom. atores atuam bem PORÉM, típico de ideias esquerdistas, acusar o policial, o padre ser machona e defender o gay.boa sorte para todos!
    • Rafael Rodrigues
      kkkkkkkkk de onde vc tirou isso?Nem o diretor fez o filme pra achar o culpado, e vc achou.
    • Rafael Rodrigues
      Típico. Ainda bem que vc mesmo assume que não entende nada de filmes.Vai ver um Transformers, ou algum filme de ação com bem muito tiro.Pode ser que esses vc entenda.
    • Maria C
      Não quero de forma alguma ofender vc, mas acho que seu negócio não tem nada a ver com filmes, então nem se dê ao trabalho de comentar. .. e nem assistir tb... faça outra coisa então... quem sabe um joguinho de poker, sei lá ... fique bem.
    • Anderson M.
      Vendo os comentários percebo que não entendo nada de filmes... não sou diretor, não vejo filmes pra ficar elogiando performance de ator ... esse filme é ridículo, tanto quanto forma da água . Serviu apenas para uma coisa , se for indicado ao Oscar não assista ... vejo uma comentários aqui elogiando o filme , parece q assisti outro filme
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