Minha conta
    Não Aceitamos Devoluções
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Não Aceitamos Devoluções

    Comédia para exportação

    por Francisco Russo

    O cinema brasileiro passa por uma fase onde as comédias populares enchem as salas escuras, mesmo que não tragam grandes novidades e, em alguns casos, sejam apelativas ou não tenham um grande apuro técnico. Como resultado, vários comediantes têm obtido destaque em filmes de qualidade duvidosa. Não Aceitamos Devoluções, visto por mais de 18 milhões apenas nos cinemas mexicanos, tem exatamente a mesma proposta. Trata-se de um filme simplório, que bebe dos estereótipos locais para construir uma trama calcada, principalmente, na figura de seu diretor/protagonista, Eugenio Derbez.

    Desconhecido no Brasil, Derbez é mais um humorista que, após explodir na TV local, resolveu se arriscar na telona – você já viu esta história antes, não? Ele representa o mexicano típico, aquele que se poderia cruzar na rua sem grandes dificuldades - uma espécie de “Adam Sandler mexicano”, por assim dizer. No filme, ele dá vida a um garanhão medroso, Valentin, que foge sempre que a palavra compromisso começa a ser balbuciada. Só que, um belo dia, uma de suas ex aparece e deixa com ele um bebê, dizendo ser sua filha. A mãe logo se manda e Valentin, sem saber o que fazer, parte para os Estados Unidos atrás dela. Só que, surpresa!, ele não a encontra e também não pode voltar ao México, já que seria preso por traficar um bebê americano.

    Valentin é daqueles personagens tão idiotas que provocam uma certa simpatia, já que possui um bom coração. Tudo calculado no roteiro, é claro, de forma que o espectador possa se afeiçoar com este homem errático que tenta, à sua maneira, dar um jeito na vida e ainda cuidar de uma criança. O curioso é que, em busca deste caminho, o diretor optou por uma verdadeira salada de estilos. Há desde o humor pastelão, com direito a torta na cara (literalmente), até algumas piadas escatológicas e um lado lúdico representado nas idealizações da menina sobre sua mãe. O conhecido melodrama mexicano também marca presença, com reviravoltas que resultam em um verdadeiro dramalhão, daqueles que se esforçam para arrancar lágrimas dos espectadores. Tudo isso usando um linguajar popular, visando uma rápida conexão com seu público alvo, e explorando piadas rápidas envolvendo ícones da cultura pop, como Johnny Depp e Angelina Jolie.

    Dito isso, Não Aceitamos Devoluções é bastante parecido com boa parte das comédias nacionais recentes pela busca do popular deixando de lado qualquer sofisticação, seja de roteiro ou até mesmo visual. Inclusive, não seria surpresa alguma se, futuramente, esta mesma história fosse refilmada por alguma produtora brazuca – ou até americana, com o próprio Adam Sandler, quem sabe? O resultado final até é bem intencionado, mas não provoca mais do que um breve riso aqui e ali.

    Quer ver mais críticas?

    Comentários

    • Gleicy Souza
      Um filme que faz rir, refletir e desperta atenção. Lições de que paternidade e maternidade não é colocarno mundo, que um pai pode errar querendo ensinar seu filho a ser forte e mais tarde o seu filho vai entender que foi por amor, e que esse mais tarde pode ser tarde demais porque já não vai ter seu pai para agradece-lo. Entre outras lições. Amor se constrói. Vale a pena assistir.
    • Gleicy Souza
      Nada a ver com cinema nacional mesmo.
    • Gleicy Souza
      Verdade. Final triste. Mas bonito.
    • Marilaine G
      Acabei de assistir... Filme fantástico! Não entendi a crítica feita aqui... Totalmente desconectada do filme! Também não entendo este filme ser classificado como comédia. Ter trechos cômicos não justifica isso. O filme traz um teor psicológico interessante. Vale a pena conferir.
    • Camila Bueno
      Agora cá estou eu lendo uma crítica de uns três anos atrás e pensando em como adorocinema previu o futuro...
    Back to Top