Eu sou daqueles que pensam que filmes de super herois precisam ser reformulados urgentemente, ou a mesmice que reina no gênero fará com que esse tipo de filme não valha mais a pena ser visto ou produzido. Mas não vou mais falar sobre isso, pois as pessoas me rotulam de chato e exigente com coisas que não devem ser levadas tão a sério. Contudo, é difícil falar de Thor sem compará-lo a outros filmes de super herois. Com exceção dos filmes do Batman sobre a batuta de Christopher Nolan (com mais ênfase no segundo de sua trilogia, que é o melhor disparado) e os filmes sobre os X-Men (cujo último filme Primeira Classe é excelente), os filmes desse gênero me parecem tão pasteurizados e sem personalidade, que só sobrevivem pelo carisma de seus personagens e intérpretes, vide o que acontece com o Homem de Ferro. Mas vamos falar de Thor - Mundo Sombrio, pois é isso que interessa. Chris Hemsworth volta à pele de Thor com sua figura de porte atlético e mão pesada contrastando com seus cachos loiros que ainda assim exalam testosterona e causam euforia no público feminino. Como ator ele não é excelente, mas tampouco compromete, pois a aparência herculana (ou diria divina, já que interpreta um deus nórdico) causa todo o impacto necessário para o expectador crer que o ele é “o cara”. Ainda no quesito elenco, temos a beleza frágil de Natalie Portman, que ao menos a mim não casa com a mocinha desprotegida, já que é uma das minhas atrizes favoritas e que tem muito mais talento do que pode mostrar nessa mal construída personagem. O mesmo acontece com Sir Anthony Hopkins, que só se limita a ficar na “base do carão”, como diriam alguns amigos meus. E o último do elenco que ainda vale destacar algum comentário é justamente o Tom Hiddleston, com o personagem mais carismático, bem desenvolvido e interessante do longa, e que tem as melhores tiradas. Além de ótimo ator, Hiddleston mostra que assim como Robert Downey Jr. fez com Tony Stark, Loki é um personagem maior que os próprios filmes que participa, tornando-o um atrativo a parte. No demais, o filme não traz nada demais. Uma historinha boba, recheada de clichês e previsibilidade (tirando talvez a última cena, que eu realmente eu não esperava, mas que não necessariamente é imprevisível) e que dá abertura para pelo menos mais uma aventura com os asgarnianos ainda. Boas piadas e narrativa fluida são pontos positivos, entretanto mesmo tendo bons efeitos especiais, o que há ali de 3D? Se você for ver o filme em 2D, não perderá muita coisa, aliás ganhará no quesito gasto, pois o que você pagaria a mais pelo 3D verdadeiramente não compensa. Filme pipoca que prende a atenção e cumpre bem seu papel para os menos exigentes. Acho que o que mais me incomodou no filme, na verdade, foi a saída do Kenneth Branagh da direção. O seu ponto de vista “shakespeariano” presente no primeiro filme, faz falta aqui (apesar de eu ter a impressão de ser o único a sentir falta disso). Acho que havia mais profundidade na narrativa do filme anterior, e o ritmo de TV impresso pelo diretor Alan Taylor, figura tarimbada na TV americana, faz com que o filme ganhe em agilidade, mas perca em sensibilidade. Mas para o grande público, isso na realidade não faz a mínima diferença, não é verdade?