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4,3
501 notas
Você assistiu Amor ?
anônimo
Um visitante
5,0
Enviada em 6 de maio de 2021
O fato do filme se chamar Amor e ser protagonizado por um casal de idosos faz com que se espere algo nostálgico e com lembranças felizes do passado. No entanto, não é isso que acontece. O sentimento amor é posto à prova de outra maneira, de uma forma dura. Logo no início o destino de Anne é mostrado.

George também tem suas limitações por conta da idade. Ele se recusa a receber ajuda de enfermeiros no início por conta da privacidade do casal. Mesmo que os dois se amem e tenham compartilhado uma vida inteira juntos, algumas situações são desconfortáveis e difíceis. A descoberta da doença e a adaptação, a perda da capacidade motora e intelectual e, pôr fim, a morte.

Eles decidem que os últimos momentos não seriam passados em um hospital. Anne sabe que dali em diante as coisas piorariam. Ela parece querer se poupar e poupar George daquilo e, por isso, não quer mais viver. George tenta dar conforto e prolongar a vida de Anne o máximo que é possível. O sentimento do amor é demonstrado de duas formas diferentes e as duas causariam algum sofrimento.


spoiler:

Sobre a cena da morte de Anne não consigo ter uma resposta para ela. George talvez tenha percebido que os dois estavam sofrendo e que aquele era o limite. Ela é inesperada e chocante. Aquilo foi bom ou ruim? Eu não consigo dizer.
5,0
Enviada em 17 de março de 2019
Obra-prima francesa, Amor é uma das mais puras e íntimas películas contadas no cinema mundial. Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), dois reformados professores de música, acabam de regressar de um concerto. Na manhã seguinte, Anne sofre um acidente vascular cerebral e fica com o lado direito do corpo paralisado. O amor do casal é colocado à prova, conforme o estado de saúde de Anne se deteriora. Amor é tão minimalista na forma como aborda a vida e a morte, a doença e o afeto que o espectador partilha com o casal, cada momento. Acima de tudo a compaixão e a cumplicidade entre ambos. Amor é um panegírico à vida humana, à condição humana de contrariar as adversidades e de eventualmente aceitá-las, encontrando no revés a possibilidade infinitamente pequena de felicidade e carinho. A enfermidade exige repensar e considerar o fim de um ciclo quer para Georges, na iminência da solidão, quer para Anne na iminência da escuridão. Amor é realizado por Michael Haneke (Violência Gratuita, A Fita Branca) um dos raros diretores que são capazes de uma profunda reflexão com tão pouco. Um filme deliberadamente privado da surpresa e do espanto. A realização despretensiosa dá espaço à complexa e crua interpretação tanto de Jean como de Emmanuelle, tão honesta e verdadeira que é impossível não sentir o filme profundamente. Amor não é um romance, nem um drama: é um enxerto da vida como a conhecemos. Indicado ao Óscar 2013 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Estrangeiro, vencendo essa última.
estephanini

1 crítica

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5,0
Enviada em 5 de setembro de 2015
O filme é um verdadeiro tratado filosófico. Trata de questões como a fragilidade do ser humano perante as adversidades da nossa existência, tais como a doença, a senilidade, e por fim, o conceito do amor, no seu sentido mais profundo. As cenas são secas, sem trilha sonora, nos remetendo cada vez mais fundo nas nossas reflexões, e ao observar aquele frágil casal, podemos mensurar a real dimensão do ser humano perante a finitude de nossa existência. A figura do pombo, teimando em adentrar naquele ambiente, conforme ví numa crítica, representa exatamente isso, a doença, a velhice, a sujidade, tudo o que o nosso mundo não deseja e quer esconder.
5,0
Enviada em 18 de maio de 2015
Um filme pra poucos. Visceral, realista. Mostra sem delongas como pode ser o fim da vida de cada um de nós, mas como poucas pessoas gostam de encarar que a velhice os aguarda, dificilmente vão gostar da obra, pois ela é sincera.Vivo o drama da idade em casa diariamente, e foi como ver na tela um retrato da realidade. Triste, forte, marcante. Muito bom.
5,0
Enviada em 9 de abril de 2015
Certa vez, durante uma aula, um grande professor que tive, falou que, um bom jornalista tem que ter bons livros e bons filmes ao seu redor. Nessa mesma aula, esse professor discursava sobre artes, filmes, relevâncias e mais inúmeros assuntos e distrações que surgem quando se tem uns 30 alunos adolescentes e cheios de ideias na cabeça.

Partindo deste assunto, foi perguntado como reconhecer ou identificar o que é arte ou uma legítima obra prima? Esse professor respondeu: “quando vocês forem a alguma exposição de pinturas ou até mesmo quando vocês forem ao cinema assistir um filme e simplesmente sair dessa exposição ou sala de cinema de forma catatônica, sem rumo, quando vocês saírem sem destino certo, onde vocês precisem de algum tempo para voltar aos sentimentos normais. Pode ter certeza que vocês estiveram presentes junto com uma obra prima.

Continuava ele: “quase sempre que vou ao cinema e vejo um filme bom, meus sentimentos ficam todos aflorados, ficam todos misturados e revirados. Demora até para voltar para meu carro, demoro em voltar para casa, preciso primeiro absorver aquilo.”

Se você entendeu um pouco sobre o que meu antigo professor falou sobre um filme bom, então procure esse filme, compre, alugue ou baixe ele. De preferência olhe sozinho, e se prepare para assistir, tire tudo da cabeça, assista com tempo, não preocupe com ninguém, somente você e esse filme.

Garanto que você não vai se arrepender, esse filme mexe com tudo que você sentiu ou pensa como expectativa. Odiei Georges e fiquem com raiva de Anne, assim como, me sensibilizei com a situação de Anne e a calma e força de Georges, mas nada foi comparado com a finalização que Haneke deu para esse filme.

É simplesmente fantástico, você vai ficar sem rumo, quase sem chão. Vai odiar ou vai amar, mas vai sentir esse belo filme.
5,0
Enviada em 1 de janeiro de 2015
Um dos melhores filmes dos últimos anos, pelas atuações, pela direção, pela beleza das cenas e pela ausência do exagero. As duas cenas do esposo com a ave que invade o apartamento são a plena definição de cinema: a síntese de um sentimento, de um pensamento ou de uma situação (no caso, a relação de amor e cuidado entre o marido e a mulher) que não precisa se explicitar em falatório despoetizado.
5,0
Enviada em 29 de dezembro de 2014
Dono de uma filmografia impecável cujo intuito é escancarar, de forma muitas vezes brutal, a posição de voyeur do espectador (colocando-o como partícipe da narrativa), Michael Haneke consegue com seu novo filme, falar de um sentimento tão comum a qualquer indivíduo, mas tão maniqueísticamente abordado no cinema: o amor. E se você que conhece um pouco do currículo do diretor achou que pelo título de seu novo longa o veterano realizador finalmente se entregaria ao sentimentalismo hollywoodiano, pense duas vezes, pois o rigor estético e o tratamento sem concessões do diretor estão cada vez mais afiados e você vai, invariavelmente, se inquietar ou se incomodar com o que vai ver pois, afinal de contas, só os fortes apreciam o cinema visceral de Michael Haneke! ... (LEIA O RESTANTE DO TEXTO NO LINK ABAIXO!)
5,0
Enviada em 24 de dezembro de 2014
Um filme perfeito em todos seus aspectos,mas que pede a atenção de quem o assiste,afinal é um drama bem intenso,tanto em suas atuações,que aliás são impecáveis,quanto em seu enredo.
Michael Haneke é direto em sua história,como em toda sua filmografia,e aqui faz mais um filmaço.
Voltando a falar das atuações,Emmanuelle Riva constrói 'Anne' forte,perante a doença que lhe deixava cada vez mais frágil,junto ao seu companheiro Jean-Louis Trintignant que tenta manter 'Georges' cuidadoso com a esposa e sempre sensível em seu modo de tratar.
''Amor'' é um filme forte,angustiante,mas ao somar de tudo é brilhante.E como diz um personagem no filme... Foi Lindo,mesmo que triste,Vê-lo.
5,0
Enviada em 4 de dezembro de 2014
Um soco no meio da barriga com o diafragma aberto. Até Chuck Norris chorou.
5,0
Enviada em 31 de dezembro de 2013
Quando me convidaram para ver este filme estava imaginando que seria alguma discussão profunda sobre o "amor em si". De certa forma, é isso. Amor mostra a profunda transformação na vida de um casal de idosos quando a esposa sofre um derrame. Testa o sentimento de forma crua e pessimista. Emmanuelle Riva tem uma atuação primorosa neste filme, merecia ter vencido o Oscar.
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