Certa vez, durante uma aula, um grande professor que tive, falou que, um bom jornalista tem que ter bons livros e bons filmes ao seu redor. Nessa mesma aula, esse professor discursava sobre artes, filmes, relevâncias e mais inúmeros assuntos e distrações que surgem quando se tem uns 30 alunos adolescentes e cheios de ideias na cabeça.
Partindo deste assunto, foi perguntado como reconhecer ou identificar o que é arte ou uma legítima obra prima? Esse professor respondeu: “quando vocês forem a alguma exposição de pinturas ou até mesmo quando vocês forem ao cinema assistir um filme e simplesmente sair dessa exposição ou sala de cinema de forma catatônica, sem rumo, quando vocês saírem sem destino certo, onde vocês precisem de algum tempo para voltar aos sentimentos normais. Pode ter certeza que vocês estiveram presentes junto com uma obra prima.
Continuava ele: “quase sempre que vou ao cinema e vejo um filme bom, meus sentimentos ficam todos aflorados, ficam todos misturados e revirados. Demora até para voltar para meu carro, demoro em voltar para casa, preciso primeiro absorver aquilo.”
Se você entendeu um pouco sobre o que meu antigo professor falou sobre um filme bom, então procure esse filme, compre, alugue ou baixe ele. De preferência olhe sozinho, e se prepare para assistir, tire tudo da cabeça, assista com tempo, não preocupe com ninguém, somente você e esse filme.
Garanto que você não vai se arrepender, esse filme mexe com tudo que você sentiu ou pensa como expectativa. Odiei Georges e fiquem com raiva de Anne, assim como, me sensibilizei com a situação de Anne e a calma e força de Georges, mas nada foi comparado com a finalização que Haneke deu para esse filme.
É simplesmente fantástico, você vai ficar sem rumo, quase sem chão. Vai odiar ou vai amar, mas vai sentir esse belo filme.