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    Sobrenatural
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Sobrenatural

    PERDIDO ENTRE OS ASSOMBROS

    por Roberto Cunha

    A regra básica para um  filme de terror é envolver no clima e tascar sustos consistentes para que o espectador se sinta doido para tapar os olhos e não ver nada, mas ao mesmo tempo seja capaz de abrir uma brecha entre os dedos para se deliciar com a adrenalina do medo. Esta obra começa exatamente assim, com potencial para causar arrepios, mas de uma hora para a outra, misteriosamente, assusta mais do que devia... de tão ruim que ficou. Entenda. Na trama, um casal com três filhos se muda para uma casa onde uma das crianças sofre um acidente e fica em transe profundo. Depois de uma série de estranhos acontecimentos - e desconfiados que existia algo de errado com o local - eles se mudam, mas acabam descobrindo que o problema não estava no endereço.

    Dirigido por James Wan e produzido por Oren Peli, criadores dos sucessos Jogos Mortais e Atividade Paranormal, respectivamente, este filme foi realizado com um orçamento bem baixo  (cerca de US$ 1 milhão) para os padrões hollywoodianos. E mostrou condições de sobra para dar certo, como acontece na sequência do alarme contra roubo. De arrepiar. Mas a necessidade de "viajar" demais no roteiro, com um papo brabo de projeção astral e ainda o uso equivocado de humor, botou tudo por água abaixo.

    Além de outros momentos, realmente bons, os acertos são pontuais, como a fotografia, trabalhando uns tons de cena sinistros e o som. Os erros, porém, são tantos que seria chato ficar citando sem estragar a possível surpresa que podem causar em quem vai assistir e (vai saber) até gostar. Sobre o elenco, não dá para dizer que Patrick Wilson, Barbara Hershey e Rose Byrne estejam 100% afiados. Em contrapardida, os atores/personagens da "equipe do além" que vai ajudar a família são de derrubar qualquer filme. Os diálogos então... nem pensar.

    Para quem curte sacadinhas espertas, o nome do diretor e o boneco Jigsaw (Jogos Mortais) estão escritos no quadro negro da escola. Entre as curiosidades, o uso de uma máscara de gás muito louca (ou seria tosca?) numa sessão espírita, além da inserção de "Tiptoe Through the Tulips", canção popular de grande sucesso no século passado, gravada por Tiny Tim, lembrando bastante aquele estilinho de música "mezzo infantil, mezzo assustadora" usada, por exemplo, com Freddie Krueger (A Hora do Pesadelo). Com efeitos especiais apenas coerentes com o valor investido, Sobrenatural mistura Poltergeist, Evocando Espíritos e Os Caça-Fantasmas, que são três obras legais. Mas o resultado final dessa salada é um filme perdido entre os assombros. E não adianta gritar para "seguir a luz", ou a voz, porque se perderam mesmo.

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    Comentários

    • Anderson Dias
      Você forçou em dizer que coloca jogos mortais no chinelo. Eu gostei dessa franquia, mas não tem como comparar esses 2 filmes, são completamentes distintos ! rs
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