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    Última Viagem a Vegas
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Última Viagem a Vegas

    Acerto de contas emotivo

    por Roberto Cunha

    Temas como o primeiro amor, amizade, velhice e morte são muito comuns no cinema, mas não caminham necessariamente juntos. A ideia de tratar deles, no melhor estilo junto e misturado, reunindo quatro premiados astros de Hollywood em uma comédia de coroas chutando o balde, tinha tudo para ser uma sacada e tanto. Só que Última Viagem a Vegas não tem visto de permanência no riso e o cacife melodramático não é alto, fazendo com que a aposta seja meio que no escuro, dependendo do seu grau de exigência no dia da sessão.

    Billy (Michael Douglas) tem dinheiro, mulheres e é um tremendo bon vivant. Seus três amigos de infância não estão na mesma situação. Um (Robert De Niro) está de mal com ele e é o mau humor em pessoa, o outro (Kevin Kline) vive a crise "da rotina" no casamento de 40 anos, enquanto o terceiro (Morgan Freeman) "sofre" sob os cuidados de um filho super protetor. O cenário muda quando o tal solteirão pegador decide se casar com uma jovem de 30 anos e o quarteto parte para uma despedida de solteiro em Las Vegas, onde tudo o que acontece (reza a lenda) fica por lá. Mas uma antiga rivalidade amorosa do passado ameaça se repetir no presente, porque uma novo interesse surge no pedaço, abalando as cansadas estruturas de dois deles.

    Com experiencia em animações (Enrolados, Carros, entre outros) e o bom Amor a Toda Prova no currículo, Dan Fogelman fez um roteiro que tenta costurar um casamento entre as emoções. Nesse sentido, a visão de que ele seria um Se Beber, Não Case! (da terceira idade) flertando com Antes de Partir não seria de todo errada. A única diferença é que o tom é bem mais brando que esses dois exemplos. O riso virá, mais para uns do que para outros. Já a lágrima pode ser mais complicada de arrancar, mesmo que em algumas situações uma musiquinha melancólica tente colocar um nó na sua garganta. A insistência no mau humor do reclamão (De Niro) poderia ser uma das causas do resultado um tanto quanto morno deste longa dirigido por Jon Turteltaub (A Lenda do Tesouro Perdido), que não deve ter tido muito trabalho ao lidar com tantas feras, mesmo que não tivessem trabalhado juntas anteriormente.

    Entre as curiosidades, uma ponta do rapper/ator 50 Cent e uma visão inusitada do antológico letreiro do hotel Stardust, demolido em 2007. Na seara musical, versão bacana e bem cantada de "Only You" (clássico do The Platters) na voz de Mary Steenburgen, ótima em cena e fechando um verdadeiro quinteto oscarizado. Ela, inclusive, parece ter sapecado um improviso sobre a altura De Niro em um diálogo. Voltando para a música, uma saudosa "September" (Earth, Wind & Fire) é ouvida e quem balança o esqueleto ao som dela é Morgan Freeman, que bota os parceiros no bolso em vários momentos. Mas a química entre eles é inquestionável, o que certamente deixará boa parte dos espectadores com a sensação de que Última Viagem a Vegas poderia ter sido melhor. Mesmo assim, quem chega sem apostar todas as fichas, tem chances de sair da sala escura satisfeito com este leve acerto de contas emotivo.

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    Comentários

    • Ninjun Jun
      Poderia ser melhor, poderia ser pior. tudo depende do que você espera de um filme.Cada um gostaria de fazer seu próprio roteiro, e a química as vezes não rola. Esse filme em especial, pode trazer uma boa continuação, mas ficou de bom tamanho.
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