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    Como Arrasar um Coração
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Como Arrasar um Coração

    Faltou química

    por Francisco Russo

    A comédia romântica talvez seja o gênero mais dependente da escalação do elenco. O roteiro pode ser divertido e envolvente, mas se o casal principal não tem química dificilmente o filme convence. É o que acontece em Como Arrasar um Coração, longa feito na França que possui DNA tipicamente hollywoodiano.

    A história é focada em Alex Lippi (Romain Duris), que junto com a irmã e o cunhado conduz uma agência especializada em destruir relacionamentos. Funciona assim: ele explora os pontos fracos do casal e tira do bolso a receita de bolo sobre como tratar uma mulher infeliz. Cria um personagem com ideais nobres, de passado turbulento, cuidadoso no modo de tratar, com uma pitada de exotismo e, voilá, sem medo de chorar. Tiro e queda, é impossível deixar de se apaixonar. Assim acreditava Alex até conhecer Juliette (Vanessa Paradis), seu novo alvo. Restando poucos dias para se casar, ela passa a ter Alex em seu encalço a todo instante, já que finge ser seu segurança pessoal.

    O roteiro segue bem a lógica dos truques aplicados por Alex e rechaçados por Juliette. Não há grandes novidades, mas o filme tem um certo charme graças ao ambiente requintado e, principalmente, o talento de Romain Duris. Ele convence ao encarar a conquista como um desafio e, aos poucos, ser também atingido pela flecha do cupido. Tudo em meio a conflitos pessoais e a perseguição de um gigante sérvio, responsável por cobrar uma alta quantia.

    O grande problema do filme chama-se Vanessa Paradis. Inexpressiva, a sra. Johnny Depp apenas acompanha os eventos e quase sempre de cara fechada. A falta de química do casal principal acontece por causa dela, que não se esforça nem um pouco para criar uma personagem cativante. Nem mesmo na cena inspirada em Dirty Dancing, a melhor do filme, ela consegue enfim se soltar. Dança corretamente e apenas isto.

    Com um par romântico que não funciona na telona, não há muito o que fazer. O diretor Pascal Chaumeil ainda erra a mão com a personagem Sophie (Héléna Noguerra), por exagerar em sua vulgaridade no vocabulário e em uma cena rápida de nudez parcial. Por mais que se compreenda a intenção, ficou pesado demais e incoerente com o clima leve adotado até então. Apenas regular.

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