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    Os Agentes do Destino
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Os Agentes do Destino

    CALDEIRÃO DO DICK

    por Roberto Cunha

    A afirmativa de que o destino está traçado já foi dita de várias maneiras, com os mais variados sentidos e motivada por crenças de todas as espécies. Baseado no conto de Philip K. Dick, autor da história que deu origem ao cultuado Blade Runner, o Caçador de Andróides, essa nova produção é estranha pacas.

    Para entender melhor essa afirmação de agora, imagine uma história que misture no mesmo caldeirão um pouco de religião católica, romance, misticismo e acrescente ainda pitadas de suspense e ficção científica. Esta é a trama em que o promissor político David (Matt Damon) se enrosca, quando perde a eleição para Senador, mas conhece de maneira inusitada a bailarina Elise (Emily Blunt) e se encanta por ela, criando uma situação que poderá mudar para sempre a vida de ambos. A coisa parece que vai esquentar quando homens vestindo terno, gravata e envergando um clássico chapéu com poderes especiais surgem do nada e, misteriosamente, querem impedir um novo encontro entre eles porque a tal mudança pode ser para pior em suas respectivas carreiras. Dividido entre a surpresa do amor e a certeza de um futuro brilhante, o personagem meio que entra em parafuso (junto com você) sem saber qual será a sua escolha. 

    Escrito e produzido por George Nolfi, que escreveu Doze Homens e Outro Segredo e O Ultimato Bourne, mas estreia agora na direção, a produção se perde no meio de tanto blábláblá para explicar o inexplicável, acelera em algumas partes e perde ritmo em outras. E embora auxiliado pela excelente trilha do premiado Thomas Newman (Wall-E e Beleza Americana), o longa é morno. Apesar de ter algumas sacadas legais e efeitos especiais "honestos", é muito pretensioso, principalmente, nos diálogos com um papo furado sobre reinicializar cérebros ou recalibrá-los. Algo que pode ter funcionado bem no conto original, mas jogado no colo do espectador de qualquer maneira deixou a clara sensação de que faltou alguma coisa. Ou melhor, algumas coisas.

    Existem até algumas sequências boas, mas bobagens desconexas, como incríveis poderes sensíveis (?!) a água, acabam pesando mais na balança. Sem contar que ficou nítido o desperdício de dois atores com boa química em cena e a bela Blunt, mais uma vez, continua a espera de ser descoberta para um papel a altura de seu talento. O resultado final é um filme apenas regular, que diferente de seu protagonista, não tem opção sobre o futuro porque quem o define é você. Chova ou faça sol.

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